Numa conferência de imprensa para apresentar a “Operação Fátima”, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, avançou também que o nível de ameaça terrorista mantém-se no nível moderado, apesar de a avaliação ser feita permanentemente. ´

“Independentemente da operação que decorre com exigências próprias e implícitas à natureza e dimensão do próprio evento, mantem-se o grau de ameaça moderado”, disse Helena Fazenda.

A mesma responsável explicou que o grau de ameaça terrorista é sujeito a constante avaliação pelos serviços de informação, em colaboração direta com as forças de segurança, e “não há qualquer indício e circunstância que tenha sido identificado como determinante de alteração deste grau de ameaça”.

No entanto, adiantou, “isto não é incompatível com a preparação detalhada desta operação nas suas várias vertentes”, existindo a alocação de todos estes meios porque há centenas de milhares de pessoas em Fátima.

“Uma coisa não é compatível com a outra, o grau de ameaça em Portugal é de facto moderado. Esta alocação de meios e todo este esforço tem presente a realidade e o contexto e a conjuntura internacional, nomeadamente na Europa”, afirmou.

Para a “Operação Fátima”, que já está a decorrer, estão empenhados diariamente 6.000 operacionais da GNR, PSP, SEF, PJ, Serviços de Informação e Segurança, Polícia Marítima, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Autoridade Nacional de Proteção e Socorro, Autoridade Nacional de Aviação Civil e Forças Armadas.

A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna referiu que este efetivo pode ser ajustado de acordo “com a avaliação feita a cada momento pelas entidades envolvidas”.

Helena Fazenda garantiu ainda que os meios para esta operação são “os ajustados e adequados”, tendo em conta a dimensão e as características do acontecimento - a visita do papa, na sexta-feira e no sábado, para o centenário das "aparições" de Fátima.

“Os meios são os adequados e os efetivos considerados necessários à resposta exigida pela operação em curso”, sustentou, acrescentando que o dispositivo tem como preocupação o apoio aos peregrinos, manutenção da ordem pública, prevenção e investigação criminal, controlo de fronteiras, segurança rodoviária, emergência médica, proteção e socorro e segurança das altas entidades.

Helena Fazenda considerou esta operação “de larga escala”, que começou a ser planeada e preparada em julho de 2016 “numa base estreita, permanente e consolidada entre todas as forças e serviços de segurança”.

“Os grandes eventos não são uma novidade no nosso país e existe um grau de capital de experiências e conhecimentos acumulados por parte das forças e serviços de segurança, o que permite encarar a operação em curso, em toda a sua dimensão, com toda a serenidade, tranquilidade e confiança”, disse ainda.

O papa Francisco visita Fátima, na sexta-feira e no sábado, para canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta, no centenário dos acontecimentos de Fátima.