Segundo o santuário, em 2016 participaram nas 9.890 celebrações, oficiais e particulares (missa, procissão das velas ou recitação do terço), 5.238.598 pessoas, quando em 2015 nas 9.948 celebrações estiveram 6.676.302 fiéis.
Os números do ano passado estão longe do recorde da última década, registado em 2007, por ocasião do 90.º aniversário dos acontecimentos de Fátima, quando foi inaugurada a Igreja da Santíssima Trindade, posteriormente basílica.
Nesse ano, nas 9.027 celebrações houve cerca de nove milhões de participantes.
Já em 2010, ano da última visita papal a Fátima, a de Bento XVI, nas 9.156 celebrações, participaram pouco mais de sete milhões de fiéis.
À Lusa, a diretora de comunicação do Santuário de Fátima, Carmo Rodeia, explicou que a diminuição do número de participantes nas celebrações “está em sintonia com aquilo que é a sensibilidade do mundo católico, de que, de facto, particularmente os portugueses, são cada vez menos sensíveis para uma participação em celebrações religiosas”.
Carmo Rodeia salientou, contudo, que ao nível das peregrinações organizadas, as que se anunciam nos serviços do santuário, verifica-se comparativamente a 2015 “um crescimento de mais de 100 mil peregrinos” em 2016, num total de 693 mil.
“A perceção que temos é que há cada vez um maior número de pessoas que visita o Santuário de Fátima, muito provavelmente – e também temos essa convicção, mas não passa disso mesmo - que muitas das pessoas que vêm ao santuário não chegam a participar numa celebração do princípio ao fim”, afirmou, considerando que tal é “bastante visível, sobretudo nas missas ao longo da semana, em que as pessoas entram e saem dos espaços sem participarem”.
Segundo a responsável, “esse é um problema que o santuário tem que estudar, tem que analisar e tem que ver de que forma é que, sem qualquer dramatismo, porque essa é a tendência global do compromisso ou da falta dele para com as celebrações religiosas”, de modo “a tornar-se ele próprio mais cativante para que as pessoas, para além de irem à Capelinha, se sintam desafiadas a participar nas celebrações”.
Carmo Rodeia sublinhou que 2007 foi “um ano absolutamente extraordinário”, assim como 2010 “foi um ano muitíssimo interessante do ponto de vista da participação” dos peregrinos.
Sobre 2017, a diretora de comunicação antevê que será um ano “de graça ao nível da participação das pessoas”, pois “será coroado” com a presença do papa Francisco que está “a merecer uma atenção privilegiada por parte de crentes e não crentes, reabrindo portas que pareciam estar fechadas, fazendo com que pessoas que pareciam estar afastadas regressassem à Igreja”.
“É um ano de grande expectativa, porque é o ano desde logo do centenário das aparições (…) e, simultaneamente, o ano em que o papa, que é a figura de referência do mundo católico e, neste momento, eu atrever-me-ia a dizer, é uma referência para além do mundo crente, diria que o papa que se faz peregrino faz aumentar ainda mais as expectativas relativamente à participação de peregrinos”, disse.
Carmo Rodeia adiantou que Fátima nunca deixará de ser um local de peregrinação de Portugal, da Europa e do mundo.
“Fátima é, de facto, como habitualmente se diz ‘altar do mundo’. Uma das características de Fátima é ter-se assumido como uma espécie de porta-voz orante pela Paz”, adiantou, salientando que “enquanto for necessário rezar pela paz (…) Fátima continuará a ser sempre um lugar privilegiado para o fazer, porque é aqui que se reza pela paz no mundo”.
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