A iniciativa surge após a morte de uma mulher que circulava na Avenida da Índia, em Lisboa, quando um condutor embateu na parte traseira da sua bicicleta.

"Não podemos manter estes níveis de sinistralidade. Não devemos continuar a corrigir o mal que foi feito, mas sim prevenir que aconteça. Esta é uma infraestrutura como tantas outras no país: com um perfil que convida a velocidades elevadas, ainda que semaforizada, sem ciclovia dedicada aos utilizadores de bicicleta, pelo que deveria ter fiscalização permanente, assim como radares de controlo de velocidade", refere a FPCUB em comunicado.

Com o aumento de utilizadores de bicicletas, no atual contexto de pandemia de covid-19, a preocupação da Federação quanto "às condições de segurança em que os utilizadores se deslocam diariamente" tem-se tornando um ponto fulcral para as suas ações, lê-se na nota.

Segundo o comunicado, dos 54 pontos críticos (troços de estrada com elevado número de acidentes) identificados em 2019, 22 (40%) são "recorrentes" e a quase totalidade dos locais situam-se nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto (85%), sendo que se registaram, no mesmo ano, 626 vítimas mortais em acidentes rodoviários, das quais "26 eram utilizadores de bicicleta e 134 eram peões [26% das vítimas mortais]".

Além das iniciativas já realizadas, a FPCUB adianta que vai solicitar audiências ao Governo, ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes, à Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária e à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes para "agir e fazer um apelo cívico a medidas concretas".

"A FPCUB defende, de imediato, a preparação e aprovação no parlamento de uma Lei da "Velocidade Regulada dos 30Km/h" aplicável a eixos da rede viária local e secundária acompanhada de uma política de "tolerância zero" em relação a comportamentos manifestamente perigosos ou agressivos, enquanto não se atingir o objetivo de zero atropelamentos e zero mortes", é referido no comunicado.

Além disso, a federação propõe que o Governo crie um Fundo de Segurança Rodoviária Municipal ou Intermunicipal/Metropolitano em que o orçamento corresponda ao custo económico e social da sinistralidade em Portugal (3.714 milhões de euros em 2019) de modo a intervir, em concreto, nos "pontos negros" recorrentes, primeiro nas áreas metropolitanas e nos municípios prioritários e, depois, alargado a todo o país.

"Mas, acima de tudo, necessitamos de consciencializar que a velocidade mata e que grande parte de nós, mesmo os que utilizamos a bicicleta, somos também utilizadores de carro ou mota, mas no final do dia, Todos Somos Peões", é acrescentado na nota.

A ação de consciencialização realiza-se no sábado pelas 11:30.

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