Numa conferência de imprensa realizada junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, cerca de uma dezena de dirigentes sindicais mostraram, na rua, uma faixa onde escreveram as principais exigências, entre elas o reforço dos recursos humanos e a valorização das carreiras.
Artur Sequeira, um dos dirigentes sindicais, disse à agência Lusa que a greve foi convocada depois de várias reuniões com o Governo não terem dado resposta às necessidades dos trabalhadores, "que se arrastam há anos".
"Esperamos uma adesão forte, embora os trabalhadores já estejam a ser alvo de pressão para não fazerem greve", disse o dirigente sindical, estimando ainda que este setor envolva "largas centenas" de funcionários de museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos em todo o país.
Artur Sequeira sublinhou que o setor da cultura "tem uma falta de pessoal crónica por várias razões: aposentações de funcionários, saídas por acordo, e o fecho das admissões na administração pública".
"Os museus e monumentos a nível nacional têm recorrido a contratos de emprego de inserção, e contratos de termo incerto. É preciso acabar com a precariedade", defendeu o sindicalista.
Outra questão sobre a qual os sindicatos tomaram posição diz respeito ao projeto do Governo, em apreciação no parlamento, de municipalização das competências destes espaços culturais: "É o Ministério da Cultura que deve gerir estes serviços para garantir um serviço público de qualidade".
Outras reivindicações prendem-se com a reposição e criação de carreiras especiais, o abono para falhas, o regulamento de entrega e transporte de valores, o regulamento de fardamento, as condições de saúde e segurança no trabalho, e a formação profissional.
"Já tivemos reuniões com o primeiro-ministro [António Costa], com o ministro da Cultura [Luís Filipe Castro Mendes], e com a Direção-geral do Património Cultural [Paula Silva], mas não obtivemos qualquer resposta. O que nos dizem sempre, é que não depende só deles, mas também das Finanças", disse Artur Sequeira.
O pré-aviso da greve nacional para 14 e 15 de abril vai ser entregue pela Federação de Sindicatos, na próxima segunda-feira.
A Lusa contactou o gabinete do ministro da Cultura para obter uma reação ao anúncio da convocação da paralisação nos museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos durante a Páscoa.
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