“Aquilo que está em causa não é só o que os professores trabalharam e têm direito. Se não tivermos esse tempo, 70% dos professores não chegam ao topo da carreira. E, não só não terão o salário a que têm direito agora, como não terão a pensão que precisam para sobreviver, porque isto tem consequências e impacto na futura aposentação. E por isso é que este tempo também é importante”, salientou Mário Nogueira, dirigente sindical da Fenprof - Federação Nacional dos Professores.
O sindicalista falava a cerca de duas dezenas de docentes que se concentraram à frente da Escola D. Dinis a protestar, assinalando de forma “simbólica” o início da greve, às 12:00.
Para Mário Nogueira, “quanto mais rápido” os docentes conseguirem chegar ao topo melhor.
“Se estiverem um ano no décimo escalão, isso tem um impacto de 2 euros na reforma. Portanto, não basta chegar lá, é preciso permanecer durante algum tempo, sob pena de não ter impacto”, reforçou.
O dirigente sindical lembrou que no dia 13 de março, as nove organizações sindicais em protesto hoje em Leiria propuseram ao ministro da Educação, João Costa, uma proposta “à qual ele ainda não respondeu”.
Segundo Mário Nogueira, a proposta prevê a “contagem faseada do tempo de serviço até ao final da legislatura, com abertura para "se tiver de ser mais um ano, que seja”.
Mário Nogueira pretende ainda que o ministro “faça história” e que faça um acordo com os sindicatos no dia 06/06/23, “um dia simbólico”, para a reposição dos seis anos, seis meses e 23 dias e o fim das vagas.
“Se não quiser mexer no estatuto pelo menos faça o que acontece na Madeira, onde todos aqueles que chegam ao quarto ou sexto escalão sejam dispensados das vagas e seja recuperado o tempo de serviço”, acrescentou.
Durante cerca de uma hora, os professores e alguns alunos gritaram várias vezes “respeito” e “não paramos”, exibindo cartazes, bandeiras e 't-shirts' com mensagens como “Somos força, somos razão” ou "É tempo de ser, tempo dos professores".
Este foi o arranque para a concentração que vai decorrer, pelas 15:00, no Largo 5 de Outubro, em Leiria, com a participação de professores de todo o distrito.
As greves distritais foram convocadas por uma plataforma de nove sindicatos que inclui a Fenprof, a FNE, a Associação Sindical de Professores Licenciados (APSL), Pró-Ordem dos Professores (Pró-Ordem), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (Sepleu), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (Sinape), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu).
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