“Não sei se [o ministério] está a brincar com os professores, se está a brincar aos concursos, se está a brincar às estabilidades. Já ouvi dizer que o ministro tinha dito que estávamos muito perto do acordo, mas deve ser um acordo entre o senhor ministro e o secretário de Estado”, afirmou Mário Nogueira, antes de entrar para a quinta ronda negocial sobre um novo modelo de colocação e recrutamento de professores.
O ministério da Educação enviou ao final da tarde de terça-feira o documento sobre o novo modelo de recrutamento e colocação que na opinião de Fenprof “volta atrás” em vários pontos.
“Não vai haver acordo nenhum”, anunciou Mário Nogueira antes de entrar para a reunião no Ministério da Educação, em Lisboa, que se fará com a presença de todos os sindicatos, à semelhança da quarta ronda negocial, que ocorreu no inicio do mês.
Entre os pontos que a Fenprof considera que o Governo “voltou atrás” está o facto de os professores dos quadros de uma escola (Quadro de Escola) “continuarem a poder ser colocados por esses concelhos nos Quadros de Zona Pedagógica (QZP)”.
“Os professores dos QZP que vão entrar este ano nos quadros ficam obrigados a concorrer ao país inteiro”, acrescentou Mário Nogueira.
Sobre o facto de os concursos passarem a ser anuais, o secretário-geral da Fenprof lembrou que “metade dos professores já não concorre”.
Além disso, acrescentou, “um contratado para ter um mínimo de valorização salarial tem de concorrer a 10 QZP todos os anos para não ser discriminado salarialmente”.
Sobre outras reivindicações que os professores dizem não abrir mão - como a recuperação do tempo de serviço congelado ou o fim das vagas e quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões - Mário Nogueira diz que a tutela “simplesmente ignorou”.
Apesar de a reunião de hoje ter como agenda um novo modelo de contratação e colocação de professores, a Fenprof defendeu que “os sindicatos podem colocar essas questões em cima da mesa”: “Não se põe só em cima da mesa o que o que o ministério quer”.
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