O desequilíbrio verifica-se na componente de trabalho individual (preparação de aulas, testes e fichas, entre outras tarefas), para a qual a lei prevê 10:30 horas, mas os professores afirmam gastar 23:06.
O resultado do inquérito, hoje apresentado em conferência de imprensa, em Lisboa, decorreu nos meses de dezembro e janeiro junto de professores dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário, tendo sido validadas 5.709 respostas, o que corresponde a cerca de 10% dos professores, em termos nacionais.
De acordo com a Fenprof, o problema é reconhecido, mas “não tem merecido solução”.
Os professores reclamam uma clarificação do que é componente letiva e não letiva, acompanhada de redução do número de alunos por turma e do número de turmas por professor.
“Os professores trabalham, em média, por dia, nove a 10 horas”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira.
A organização lança hoje uma campanha, com a distribuição de cartazes nas escolas em que constam estas e outras reivindicações mais específicas relacionadas com as carreiras dos docentes e que pretendem ver contempladas no despacho de organização do próximo ano letivo, que o governo está a preparar.
“Os professores não podem continuar a sacrificar as suas vidas pessoais e familiares, suportando cargas horárias de trabalho extremas”, disse Mário Nogueira.
Os resultados deste inquérito mostram que os professores trabalham, por semana, 46 horas e 42 minutos.
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