“Violência inaceitável. Uma execução”, foi assim que Fernando Henrique Cardoso classificou a morte de Marielle Franco, numa declaração aos jornalistas em Lisboa, no final de uma reunião do conselho de curadores da Fundação Champalimaud, de que faz parte.

Fernando Henrique Cardoso, que foi Presidente do Brasil entre 1995 e 2003, considerou “lamentável” que todos os dias ocorram muitas mortes no país e de várias origens: “Em função da violência, do crime organizado e às vezes da própria incompetência das administrações de fazerem frente a isso”.

“Desta vez, acho que houve uma repulsa tão grande da sociedade que o tema vai passar a ser tomado mais rotineiramente em consideração”, afirmou, revelando ser essa a sua expetativa.

“Que não seja só a manifestação da república — que já é importante — mas que seja o começo da sociedade em que a violência possa ser contida”, adiantou.

Para o ex-Presidente, “a violência está nas ruas, mas tem ligação com a corrupção, da polícia, do poder político”. “Tudo isso criou um clima político de desorganização, de anomia e esse clima tem de ser terminado e o término dele depende de muitas ações e decisões que dependem de todos nós que têm algum peso na liderança do Brasil”.

O assassínio de Marielle Franco gerou grande comoção no Brasil e também no exterior.

No Rio de Janeiro, centenas de pessoas acompanharam o velório e enterro de Marielle Franco na quinta-feira. A cidade também foi palco de manifestações que reuniram milhares de pessoas na região central, que foram organizadas em homenagem a ela e ao condutor.

Houve também protestos em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e noutras capitais do país.

Em Portugal, realizam-se hoje manifestações em Lisboa, Braga e Porto com o objetivo de prestar homenagem a Marielle Franco e denunciar a violência policial, racista e misógina que marca o dia a dia do Brasil, sobretudo nas favelas, segundo a organização.

O caso também gerou comentários de repúdio de membros do Governo brasileiro e da ONU e de organizações ligadas à defesa dos direitos humanos como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch.

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