No Parlamento, Fernando Medina diz que as declarações de Miranda Sarmento depois do Conselho de Ministros ou revelam “a profunda impreparação da equipa política e do ministro ou a concretização da falsidade como instrumento de combate político”.
O ex-ministro das Finanças e atual deputado, mostrou ainda “profunda preocupação” pelas declarações do ministro das Finanças sobre situação orçamental do país.
O antigo governante diz que Miranda Sarmento usa de uma "falsidade" ao "comparar e usar os dados em contabilidade pública para daí aferir que o país tem um problema de natureza orçamental", algo que diz não ser verdade. "O país não tem nenhum problema de natureza orçamental", garantiu Fernando Medina, sendo que o país registará um excedente na ordem dos O,7% no final deste ano, revela.
Acrescentando ainda que este momento se trata de um "momento lamentável", que é fruto de "inaptidão técnica" ou de "adoção de falsidade política".
“Foram declarações lamentáveis e preocupantes que revelam uma de duas coisas: Ou impreparação e inaptidão técnica ou falsidade”, política, contrapôs Fernando Medina.
Explicou também que, no dia 1 de abril, quando se deu a transição de pastas, informou "o ministro das Finanças e a sua equipa com todo o rigor, detalhe e profundidade", com os dados públicos e não públicos da situação financeira do país.
Questionado diretamente sobre as declarações de Miranda Sarmento de que o anterior Governo terá aumentado despesas após as eleições, Medina responde que todas "cabem no Orçamento do Estado". "Admito que a nova equipa não domine todos os mecanismos e que precise de tempo", disse, acrescentando que o ministro das Finanças "talvez pudesse perguntar e não acusar" o anterior Governo de despesismo. "Não uso contas para fazer demagogia", acusa.
Acrescentou ainda que Miranda Sarmento "inaugurou política de guerrilha" que pode prejudicar as negociações entre PS e PSD. "A má-fé prejudica sempre", afirma.
Recorde-se que como parte do Conselho de Ministros Leitão Amaro salientou que foram discutidas "situações preocupantes" a nível orçamental e Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, acusou o Governo anterior de ter aumentado a despesa já depois das últimas eleições legislativas.
"O anterior Governo procurou passar a ideia ao país de que as contas públicas estavam bastante bem. Não é essa a realidade com que nos deparamos", disse Miranda Sarmento.
"A somar a uma enorme degradação dos serviços públicos, temos uma situação orçamental muito mais exigente do que o anterior Governo tinha declarado aos portugueses", acrescentou.
O governante estimou em cerca de 600 milhões de euros o défice registado até ao final do primeiro trimestre deste ano (março) e acusou o antigo Governo de ter aumentado despesa já depois das últimas eleições legislativas de 10 de março.
“Até 31 de março, o anterior Governo comprometeu parte substancial das reservas do Ministério das Finanças”, acusou Miranda Sarmento, em conferência de imprensa.
"A situação orçamental é bastante pior do que o anterior Governo tinha anunciado", disse. Sublinhou ainda que aos 300 milhões de euros de défice registados na última síntese de execução orçamental é necessário somar mais outros 300 milhões de euros em resultado do aumento das dívidas a fornecedores.
De acordo com Miranda Sarmento, nos primeiros três meses do ano, o Governo aprovou despesas excecionais de 1080 milhões de euros, dos quais 950 milhões já depois das eleições legislativas.
Referiu também que, desde a demissão do anterior primeiro-ministro, António Costa, o Governo anterior aprovou 108 resoluções de Conselho de Ministros. O atual Executivo da AD (Aliança Democrática) está, neste momento, a fazer um “levantamento exaustivo” das que têm “cabimento orçamental” e das que não têm.
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