"Estamos muito preocupados com a situação do Aeroporto de Lisboa. Como era antecipável, o aeroporto encontra-se numa situação de esgotamento", afirmou Fernando Medina (PS) durante a sessão de perguntas à Câmara, que decorreu na Assembleia Municipal de Lisboa.
Na opinião do autarca, "esta situação decorre, em primeiro lugar, de uma decisão absurda, tomada por puro preconceito ideológico contra o investimento público no tempo do Governo anterior [PSD/CDS-PP], quando foi considerado que a expansão da capacidade aeroportuária era no fundo um excesso, um devaneio de governações socialistas".
"E infelizmente, ao longo dos anos, não vimos que tenham sido tomadas as decisões que se impunham a tempo para evitar que chegássemos ao ponto a que chegámos. Tenho a convicção de que a situação se vai agravar antes de conhecer melhorias", considerou o socialista.
O líder do executivo da capital especificou que as preocupações se prendem com perdas ao nível do emprego, do investimento, de "rendimentos e oportunidades para as famílias, para os jovens, para todos aqueles que precisam de um emprego e de uma atividade económica".
"E nós, com a situação do aeroporto, estamos a bloquear essas oportunidades de desenvolvimento económico", disse, salientando que o "deficiente funcionamento da infraestrutura do aeroporto" está a "causar impactos negativos na imagem da cidade e do país".
Em resposta a uma questão colocada pelo grupo municipal do PCP, Fernando Medina apontou que "a sucessão dos atrasos, das demoras, dos cancelamentos dos voos, das horas de demora em fazer os controlos dentro do aeroporto estão a afetar a imagem do país, estão a fazer a afetar a imagem do turismo na cidade de Lisboa, e é algo verdadeiramente intolerável para a cidade de Lisboa".
"Reforço o apelo, a exigência da cidade de Lisboa para que rapidamente sejam tomadas as decisões que se impõem", afirmou, atirando: "Insisto, amanhã já vamos tarde para estas decisões".
Relativamente à possibilidade do aumento dos voos noturnos, o autarca da capital rejeitou esta opção, defendendo que "de cada vez que se fala nesse alargamento, não se fala de um contributo da cidade de Lisboa, feito através dos cidadãos, dos munícipes, em abdicar de algum do seu bem-estar para uma solução transitória e temporária", mas "o que está a ser colocado em cima da mesa é como a única solução que verdadeiramente as outras entidades se lembram de vir propor para resolver o problema".
"Não aceito que se coloque em cima da mesa que a variável de ajustamento tem de ser o bem-estar dos lisboetas", vincou, manifestando que o município que lidera será "sempre parte da solução para resolver [este] gravíssimo problema que a cidade tem".
Na reunião, o PAN questionou a Câmara de Lisboa sobre o Orçamento Participativo, tendo o vereador das Finanças adiantado que "dos 120 projetos que foram aprovados até à edição 2017", a última, "cerca de 32 estão em estudo, 55 concluídos, seis estão em obra, oito estão delegados nas Juntas de Freguesia, 10 estão em contratação, e oito estão em execução".
Estes são "números que não satisfazem completamente" o vereador, que prometeu "fazer alguns ajustes", para "nos próximos dois anos" voltar ao ritmo normal de execução das propostas vencedoras.
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