Fernando Medina reagiu esta segunda-feira à notícia divulgada pela TVI/CNN, que dá conta que o ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) é "suspeito de abuso de poder e de participação económica em negócio", e poderá ser constituído arguido.
Em nota enviada às redações, o atual ministro das Finanças disse não ter "conhecimento de quaisquer alegações que, a existirem, são totalmente falsas”.
Esta noite, a TVI/CNN avançou com uma informação a indicar que o ex-presidente da Câmara de Lisboa vai ser constituído arguido no âmbito das buscas efetuadas à CML.
"Em causa está a alegada batota na contratação de um histórico do PS, quando Medina ainda era presidente da Câmara de Lisboa. Foi esse histórico do PS, Joaquim Morão, quem denunciou o atual ministro das Finanças", disse a estação de televisão, no jornal das 8, e na CNN, canal do mesmo grupo.
Joaquim Morão foi interrogado, com outros arguidos, pela Polícia Judiciária. "Fernando Medina foi denunciado por Joaquim Morão pela forma como terá solicitado [a Medina] que apoiasse o processo de contratação pública para que tivesse uma aparência fictícia de realidade", diz a reportagem realizada pela estação.
Em janeiro, buscas efetuadas pela PJ à Câmara de Lisboa, no âmbito do processo “Tutti-frutti”- uma investigação iniciada em 2017, e divulgada em 2018, sobre alegados favorecimentos de dirigentes políticos a militantes do PSD e do PS, envolvendo juntas de freguesia de Lisboa e várias câmaras municipais -, levou à suspeita de “viciação das regras para a contratação”, nomeadamente, a de Joaquim Morão, suspeitando-se de um esquema que “visou a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros, para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis”.
A contratação, que terá ocorrido entre 2015 e 2016, dos serviços de consultadoria do "histórico" do PS Joaquim Morão, ex-autarca em Idanha-a-Nova e Castelo Branco, para apoio técnico na gestão de projetos e obras municipais foi reconhecida por Fernando Medina que pediu para ser ouvido no âmbito do processo, salientando, contudo, que desconhecia “em absoluto” os factos que levam à corrupção.
Na altura, Joaquim Morão referiu à Agência Lusa não ter praticado qualquer ato ilícito no âmbito da prestação de serviços, manifestando total disponibilidade para colaborar com a investigação.
(notícia atualizada às 22h15)
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