Nova edição, novo formato. O festival gótico Entremuralhas assume este ano o nome "Extramuralhas" devido às obras no Castelo de Leiria. As atuações previstas para acontecer na Igreja da Misericórdia vão ser distribuídas por zonas distintas da cidade.

Leiria recebe as atuações de Heilung (dia 23), Ulver (dia 24) e Current 93 (dia 25) no Teatro José Lúcio da Silva, com lotação limitada a 737 pessoas. Já no espaço Stereogun vão atuar S.A.D (Sudden Axis Disorder), Bragolin e Bizarra Locomotiva - espetáculos com lotação limitada a 250 pessoas.

Já os concertos que vão decorrer no Museu de Leiria (Christian Wolz e Rïcïnn) e no Jardim Luís de Camões têm entrada gratuita - havendo prioridade para as primeiras 250 pessoas, no caso das atuações no Museu de Leiria, que tenham bilhete para os três concertos no Teatro José Lúcio da Silva.

O presidente da organizadora Fade In, Carlos Matos, explica que o festival - cujo cartaz completo pode ser consultado aqui - vai explorar "um novo território", situação que cria expectativas: "tudo indica que a nona edição do festival gótico, à semelhança das anteriores, vai ser também um sucesso em termos de afluência de público, já que a qualidade da programação musical, de elevada bitola, está há muito assegurada", afirma.

Carlos Matos destaca a programação "cuidadosamente escolhida" para que os visitantes tenham "a oportunidade de assistir a concertos incríveis com alguns dos maiores nomes de culto mundiais".

Os concertos que vão acontecer no Museu de Leiria foram transferidos da Igreja da Misericórdia devido à contestação, por entidades religiosas e por vereadores da oposição (PSD) à utilização daquele espaço, dessacralizado e transformado em Centro de Diálogo Intercultural, para uma residência artística de alunos da Escola Superior de Dança em abril deste ano noutro festival, o Metadança.

Em comunicado, a Câmara de Leiria justificou a alteração dos concertos do Extramuralhas com "a recente polémica gerada em torno da utilização deste espaço dessacralizado para um espetáculo de dança", decisão contestada pela associação Fade In, que organiza o festival.

O presidente da Fade In, Carlos Matos, disse à agência Lusa que é compreensível a decisão da Câmara Municipal, uma vez que é "coorganizadora do evento e, como tal, tem sempre uma palavra a dizer. Compreendemos a sua decisão". No entanto, Carlos Matos lembra que luta " há mais de 25 anos por uma mudança de mentalidades" na cidade e diz que a alteração do local do evento garante que o Extramuralhas "se realize com o espírito festivo que lhe é tão caraterístico", evitando "que possa ser associado a uma polémica a que é totalmente alheio".

A organização espera que em 2020 - data prevista para a conclusão da requalificação da Igreja da Misericórdia - o festival possa voltar a ser Entremuralhas.