"Os navios da Marinha do Exército Popular de Libertação da guarda-costeira chinesa e da milícia marítima chinesa realizaram manobras perigosas, como colisões e rebocamentos", afirmou o governo filipino. "As suas ações puseram em risco a vida do nosso pessoal e danificaram as nossas embarcações", acrescentou.

O incidente ocorreu nas proximidades do banco de areia de Ayungin (Second Thomas Shoal, em inglês), nas ilhas Spratly. Nos últimos meses, têm ocorrido nesta região vários confrontos entre navios chineses e filipinos.

A China reivindica como próprio quase todo o Mar da China Meridional, apesar das reivindicações de vários países do Sudeste Asiático, inclusive as Filipinas.

A guarda-costeira chinesa disse, na primeira hora desta segunda-feira, que um barco de reabastecimento filipino "ignorou várias advertências do lado chinês" e "tomou medidas de controlo" contra o mesmo, "de acordo com a lei".

A embarcação filipina "aproximou-se do (...) navio chinês de forma pouco profissional, resultando numa colisão", assegurou Pequim.

O secretário de Defesa filipino, Gilberto Teodoro, prometeu que as forças armadas vão resistir às ações chinesas. "Vamos esforçar-nos ao máximo para cumprir o nosso mandato jurado de proteger a nossa integridade territorial, soberania e direitos soberanos", declarou.

O comunicado do governo filipino não informou quais barcos foram atingidos, nem o alcance dos danos.

A embaixadora dos Estados Unidos nas Filipinas, MaryKay Carlson, informou no X que Washington "condena as agressivas manobras perigosas da China, que causaram lesões corporais, danificaram navios filipinos e dificultaram as operações marítimas legais".

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou posteriormente a jornalistas que o comportamento da China é "provocatório" e pode levar a conflitos maiores.

"É imprudente e desnecessário e pode conduzir a mal-entendidos e erros de julgamento que podem levar a algo muito maior e muito mais violento", disse Kirby.

Um porta-voz do Departamento de Estado americano, entretanto, classificou o incidente como uma “escalada” e destacou que um tratado de defesa assinado por Filipinas e Estados Unidos cobre “ataques armados” contra a guarda costeira “em qualquer lugar do Mar da China Meridional”.

Por sua vez, o embaixador do Japão, Endo Kazuya, expressou a "grave preocupação do seu país com as reiteradas ações perigosas e agressivas" da guarda-costeira da China.

"Nós opomo-nos a qualquer ameaça ou uso da força contrário ao direito internacional", reagiu a embaixadora francesa, Marie Fontanel, numa publicação nas redes sociais.