Com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e a poluição sonora, o Aeroporto de Amesterdão Schiphol propõe um conjunto de medidas que vão desde a proibição de voos noturnos e de madrugada para reduzir os ruídos, a normas mais rígidas para a descolagem e aterragem de aeronaves no aeroporto.

"O [aeroporto] Schiphol não quer que nenhuma aeronave descole entre as 00h00 e as 06h00, e que nenhuma aterre entre as 00h00 e as 05:00". Além disso, "jatos privados e aeronaves mais barulhentas já não serão bem-vindas", comunica Ruud Sondag, CEO do Royal Schiphol Group, grupo proprietário e operador do aeroporto.

"O Schiphol conecta os Países Baixos com o resto do mundo. Queremos continuar a fazê-lo, mas temos de o fazer melhor", acrescenta. "Precisamos de ser sustentáveis com os nossos funcionários, com o ambiente local e com o mundo. Eu percebo que as nossas escolhas podem ter implicações significativas na indústria de aviação, mas são necessárias. Isto mostra que estamos a falar a sério".

Olhando para as medidas, focam-se em oito aspetos fundamentais, nomeadamente em limites claros no que toca ao ruído e às emissões de CO2, fim de descolagens e aterragens em períodos noturnos e de madrugada, e também de aeronaves mais barulhentas, de pequenas empresas ou jatos privados. Além disso, não querem adicionar novas pistas, pretendem proteger a carga, investir 10 milhões de euros anualmente no ambiente local e nos residentes.

Com medidas que devem ser aplicadas, no mais tardar, entre 2025 e 2026, estimam que o incómodo sonoro diminua 16% nas pessoas que se encontram perto do aeroporto, e que os distúrbios de sono dos residentes locais diminuam em 54%.

Além disso, juntamente com o Governo, o aeroporto está a criar um fundo ambiental para a área local, disponibilizando um total de 70 milhões de euros até 2030 para investimentos em conceitos inovadores de construção, desenvolvimento e isolamento residencial, contribuindo para uma melhor qualidade de vida na zona.

*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pela jornalista Ana Maria Pimentel