O CDS-PP fez um conjunto de requerimentos a solicitar informação às entidades reguladoras sobre as cativações e a ANACOM, numa resposta enviada esta semana e publicada na página do parlamento, afirma que foram feitas cativações no montante de 6.432.920 euros em 2017 e de 3.110.105 euros este ano.
"No entanto, a ANACOM em março de 2017 procedeu ao cancelamento das respetivas cativações (...), por entender que as disposições do artigo 4.º da Lei do Orçamento do Estado de 2017 relativo à utilização condicionada das dotações orçamentais (cativações) não lhe eram aplicáveis, dado que se revelam incompatíveis com o direito da União Europeia e com a garantia constitucionalmente consagrada de existência de uma regulação económica independente", lê-se na resposta do regulador.
No entanto, só sete meses depois, em outubro, é que o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, confirmou a descativação.
Este ano, a ANACOM repetiu o cancelamento e já deu conhecimento aos secretários de Estado do Orçamento e das Infraestruturas que procedeu à descativação dos mais de três milhões cativos para este ano.
"Na medida em que foram efetuadas as descativações pela ANACOM, não está comprometido o desempenho das nossas atribuições e competência", garante o regulador.
As cativações de despesa são um instrumento de gestão orçamental comum a todos os orçamentos, que permitem adequar o ritmo da execução da despesa às necessidades e assegurar a manutenção de uma folga orçamental que permita suprir riscos e necessidades emergentes no decurso da execução, e que estão dependentes da decisão do ministro das Finanças.
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