"A presidência do Flamengo assumiu todas as suas responsabilidades em relação ao evento [incêndio no centro de treinos], e comprometeu-se a dar todo o tipo de acolhimento às famílias e entregou à Defensoria Pública a condução dessa negociação com as famílias para um reparo imediato", declarou Gussem à imprensa brasileira, depois de uma reunião com os dirigentes do clube.

À saída do encontro, também o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, manifestou a vontade do clube em ser célere no processo de indemnização dos familiares das vítimas: "Falámos da nossa vontade de indemnizar essas famílias o mais rápido possível".

A defensoria pública do estado do Rio de Janeiro fez ainda saber que as ajudas a prestar pelo clube não serão apenas de cariz financeiro, mas também a nível "psicológico, social e de saúde".

Eduardo Gussem confirmou ainda que nesta terça-feira, o centro de treinos do Flamengo, mais conhecido como 'Ninho do Urubu', será alvo de uma vistoria, havendo a possibilidade de interromper "plena ou parcialmente as atividades".

Dez rapazes, com idades entre os 14 e os 16 anos, morreram na madrugada da passada sexta-feira num incêndio que deflagrou no centro de treinos do Flamengo, clube de futebol do Rio de Janeiro.

O fogo atingiu o alojamento onde viviam os jovens atletas, que na sua maioria eram provenientes de outros estados brasileiros, no momento em que estes se encontravam a dormir.

O incêndio causou ainda três feridos, com idades entre os 14 e os 15 anos, sendo que um se encontra em estado grave, com 30% a 35% do corpo queimado, tendo sido submetido a uma cirurgia.

Segundo dados revelados pela prefeitura do Rio de Janeiro, a área em que o Flamengo construiu o alojamento das suas categorias de formação e que acabou por ser destruído pelo fogo na manhã de sexta-feira, tinha a permissão da prefeitura do Rio de Janeiro para funcionar apenas como estacionamento, conforme uma autorização concedida ao clube no ano passado.

O centro de treinos em causa não possuía certificado contra incêndios, informaram os bombeiros do Rio de Janeiro.

A estrutura desportiva em causa é considerada uma das mais modernas da América Latina e possui um módulo para a equipa profissional do Flamengo, dois campos de treino e um espaço específico para a preparação de guarda-redes, além da área de alojamento para atletas das camadas jovens, que foi atingida no incêndio