De acordo com a análise anual da economia brasileira, feita ao abrigo do artigo 4.º do acordo de adesão do Brasil ao FMI, os peritos do Fundo dizem que “a economia caiu 7% na primeira metade de 2020, com o desemprego a subir para os 14,4% em setembro e 11 milhões de pessoas a saírem do mercado laboral”.

A análise feita com dados até meados de novembro aponta para uma recessão de 7% no conjunto do ano e antevê uma recuperação do crescimento económico para 2,8% no próximo ano, salientando que “a resposta política rápida e abrangente evitou uma crise económica ainda maior, estabilizou os mercados financeiros e amparou a perda de rendimento para os cidadãos mais pobres”.

A administração do FMI concordou com “os elogios da equipa” que realizou a visita ao Brasil em outubro e salientou que “as políticas sãs posicionaram o Brasil para retomar o crescimento em 2020, mas a pandemia teve um impacto severo na economia”.

Por outro lado, acolherem com agrado “o empenho das autoridades na preservação do teto constitucional”, considerando que é “uma âncora que sustenta a confiança do mercado”.

O documento, divulgado no mesmo dia em que o Brasil anunciou que foi aos mercados internacionais para refinanciar cerca de 3,5 mil milhões de dólares que já tinha emitido no ano passado, alerta ainda para a necessidade de não retirar os estímulos à economia de forma abrupta e defende que se a situação económica piorar, as autoridades devem estar preparadas para fornecer mais apoios.

O FMI defende ainda que o Governo “deve continuar com as reformas estruturais para aumentar o potencial de crescimento e melhorar os padrões de vida” e, por outro lado para “tornar a economia mais competitiva, aberta para o comércio e negócios e atrativa para o investimento”.

O Brasil reportou 697 mortes e 50.909 novos casos de covid-19 entre segunda e terça-feira, sendo a segunda vez desde 04 de setembro que o país sul-americano ultrapassa 50 mil infeções diárias.

Os dados fazem parte do último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, que indica um total de 173.817 óbitos e 6.386.787 pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus desde a chegada da pandemia ao Brasil, no final de fevereiro.

No sábado, o Brasil, país com cerca de 212 milhões de habitantes, já se tinha aproximado dos 52 mil contágios (51.922) num único dia.