O comandante sub-regional da Proteção Civil do Alto Tâmega, Artur Mota, disse esta manhã que estava previsto que 120 operacionais da Unidade Militar de Emergência espanhola reforçassem o combate ao fogo no concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas que, devido a um agravamento da situação em Castro Daire, foram mobilizados para aquele incêndio no distrito de Viseu.
Pelas 10:00, o presidente do município de Castro Daire, Paulo Almeida, alertou que a situação dos incêndios era “ainda extremamente preocupante” e referiu que o concelho tinha “cerca de 12 frentes ativas”.
De acordo com Paulo Almeida, terão ardido “cerca de 30 mil hectares” no concelho, com 380 quilómetros quadrados.
Às 03:00, mais de 4.100 operacionais, apoiados por 1.300 viaturas, combatiam 95 fogos em Portugal continental.
No entanto, durante a última noite, o incêndio de Águeda, em Aveiro, foi dado como “dominado em todas as frentes”, enquanto o fogo de Penalva do Castelo, em Viseu, estava “80% dominado”.
Também o incêndio no concelho de Mangualde, que teve origem em Penalva do Castelo na segunda-feira, está “completamente dominado”.
O incêndio que na terça-feira à noite deflagrou em Arouca, em Aveiro, estava a lavrar “com média intensidade”, gerando três frentes ativas.
O fogo que lavrava em Nelas desde as 11:53 de segunda-feira entrou hoje de manhã em resolução.
No distrito do Porto, o incêndio que deflagrou pelas 12:00 de terça-feira em Santo Tirso também estava em resolução. Também o fogo que começou em Amarante, pelas 02:55 de terça-feira, já estava controlado.
O fogo que lavra numa zona de pinhal em Sabroso de Aguiar, em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, ainda se mantinha ativo.
Ainda em Vila Real, o incêndio que na quarta-feira reativou no Alto de Fiães, em Alijó, entrou em fase de resolução às 03:16 de hoje.
Os dois fogos rurais que deflagraram no domingo em Sever do Vouga e em Pessegueiro do Vouga, no mesmo concelho, distrito de Aveiro, estão dominados.
Também os incêndios de Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha foram dados como dominados.
Segundo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o perigo de incêndio rural vai começar a ser menor a partir de hoje, face à previsão de aguaceiros, mais prováveis nas regiões do Norte e Centro apenas na sexta-feira.
Apesar da mudança no estado do tempo, vários concelhos dos distritos de Santarém, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Guarda, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Viseu, Bragança e Faro, estão hoje em perigo muito elevado de incêndio.
A ANEPC contabilizava, às 13:00 de hoje, 18 incêndios ativos, que mobilizavam 20 meios aéreos e 1.642 operacionais e 509 meios terrestres.
Dos 18 fogos em curso, nove assumiam uma dimensão “significativa”.
De acordo com o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, desde as 00:00 de hoje até às 12:00 houve 50 fogos, 22 diurnos e 28 noturnos.
Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.
Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares. Nas últimas horas, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de três homens suspeitos de crimes florestais nos distritos de Aveiro e Porto.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
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