Esta insólita história teve início na passada segunda-feira, 11 de fevereiro, quando dois homens, ao entrar dentro de uma casa abandonada para fumar marijuana, ligaram para a polícia, dizendo ter visto um tigre dentro das instalações, segundo a CNN.

Tendo a descoberta sido motivada pela procura de um espaço para consumir substâncias psicotrópicas,  as autoridades mostraram-se reticentes quanto à veracidade da denúncia.

Por essa razão, o sargento Jason Alderete, do departamento de polícia de Houston, disse ao canal KTRK (associado à CNN) que questionou os homens se “estavam sob o efeito das drogas ou se tinham mesmo visto um tigre”.

Não obstante o seu cepticismo, as autoridades dirigiram-se ao local, onde encontraram o felino de dois anos de idade preso na garagem da casa, mostrando sinais de abandono.

Apelidado de Tyson - nome dado em homenagem ao filme “A Ressaca”, no qual os três protagonistas roubam um tigre pertencente a Mike Tyson - pela equipa de salvamento, o felino foi resgatado, tendo os agentes utilizado um tranquilizante no animal para transportá-lo em segurança para um abrigo, o Cleveland Amory Black Beauty Ranch.

Localizado a, aproximadamente, 322 quilómetros de distância a norte de Houston, este espaço, gerido pela Humane Society, possui 800 animais, dos quais dois são tigres. “O rancho um complexo de floresta natural de dois hectares que emula um ambiente nativo e que vai ser o novo lar do tigre enquanto se decide quanto à sua custódia permanente”, disse a ONG em comunicado.

Segundo os ativistas da Humane Society, esta terá sido a primeira vez que o tigre pisou terreno relvado, julgando-se que tenha sido criado inteiramente em cativeiro.

No entanto, apesar de ter sido encontrado em aparente boa saúde e com vários sacos de carne dentro da diminuta jaula onde estava enclausurado, Tyson foi colocado em quarentena por questões de precaução, só se podendo juntar aos seus novos vizinhos dentro de duas semanas.

As autoridades continuam a investigar o caso e a tentar descobrir quem é o dono do tigre, sendo que, à data, ainda não houve detenções, nem o autor da denúncia foi implicado.

Contudo, ao The New York Times, Lara Cottingham, chefe do gabinete de administração e assuntos regulatórios da cidade, admitiu que casos como este não são novos. “Este não é o primeiro tigre ao que fomos chamados para investigar”, diz, adiantando que “na cidade de Houston, não se pode ter animais exóticos, incluindo um tigre”.

No mesmo diário nova-iorquino, Heidi Krahn, fundadora e diretora executiva do Center for Animal Research and Education, ONG que atua na proteção e abrigo de espécies exóticas no estado do Texas, diz que compreende porque é que as pessoas querem ter tigres, mas lembra os riscos, já que "quando um tigre bebé nasce, pesa menos de um quilo, é inofensivo e muito querido”, mas à medida que cresce, explica a diretora, “começa a ficar muito dependente das pessoas”.

De todas as razões pelas quais é altamente inviável ter um tigre como animal de estimação, uma delas é que quando “atinge os quatro meses de idade já precisa de comer o equivalente a um bezerro”, diz Krahn, sendo que custa “habitualmente à volta de 1,2 milhões de dólares (aprox. 1 milhão e 62 mil euros) para criar um tigre ao longo dos seus 20 anos de vida”.