Da parte do governo britânico, um porta-voz do primeiro-ministro, Rishi Sunak, apelou ao chefe de Estado russo para inverter a sua “decisão irreflectida”.

“Esperamos que Putin reverta a sua decisão irrefletida de suspender a participação da Rússia no tratado New Start. O controlo de armas é vital para a segurança do nosso planeta”, disse o porta-voz aos jornalistas.

Já a França pediu hoje à Rússia para “mostrar responsabilidade e inverter o mais rapidamente possível o seu anúncio de suspensão” da sua participação no tratado nuclear russo-americano New Start.

Paris “recorda que o tratado New Start é um instrumento essencial da arquitetura internacional de controlo de armas nucleares e estabilidade estratégica”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Anne-Claire Legendre, numa declaração.

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou hoje que a Rússia iria suspender a sua participação no tratado EUA-Rússia New Start sobre desarmamento nuclear e disse que estava pronta a retomar os testes nucleares.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês recordou que o país, juntamente com os seus aliados da NATO, já tinha manifestado em 03 de Fevereiro “a sua preocupação” com o enfraquecimento deste tratado devido ao não cumprimento por parte da Rússia das suas obrigações.

Assinado em 2010, este tratado é o último acordo bilateral do género entre a Rússia e os Estados Unidos e tem por objectivo limitar os seus arsenais nucleares. A Rússia anunciou no início de agosto que suspendia as inspeções planeadas às suas instalações militares.

A França também recorda a importância do Tratado de Proibição Completa dos Ensaios Nucleares, que a Rússia assinou e ratificou e, na pendência da sua entrada em vigor, do cumprimento pela Rússia da moratória sobre os ensaios nucleares que subscreveu, como todos os Estados detentores de armas nucleares.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, descreveu a decisão da Rússia sobre o New Start como “muito dececionante e irresponsável”, assegurando ao mesmo tempo que os EUA “continuam prontos para discutir armas estratégicas” com Moscovo.