Este encontro, no Palácio Presidencial do Eliseu - o segundo entre os dois chefes de Estado em pouco mais de seis meses -, visou pôr termo a uma rutura entre os dois países, cujas relações bilaterais se deterioraram fortemente após a aproximação entre Bangui e a Rússia, em 2018.
“O objetivo é criar o quadro para uma parceria construtiva que respeite a soberania do Estado, a fim de contribuir para a estabilidade, reforçar a coesão nacional mais ampla possível e apoiar o desenvolvimento económico e social” da República Centro-Africana, declarou a presidência francesa.
“Um dispositivo comum de acompanhamento destes compromissos foi igualmente adotado pelos dois dirigentes”, acrescentou o Eliseu.
Nos últimos anos, a França tem denunciado a influência crescente do grupo paramilitar russo Wagner na República Centro-Africana (RCA), acusando-o de abusos e pilhagem de recursos naturais.
Paris também condenou as campanhas de desinformação que alimentaram o sentimento antifrancês no país e fora dele, em particular no Sahel.
O Presidente da RCA, Faustin-Archange Touadéra, alterou a Constituição em julho de 2023, num referendo boicotado pela oposição, para que se pudesse candidatar a um terceiro mandato em 2025.
Eleito em 2016 no meio de uma guerra civil, Touadéra foi reeleito em 2020 em condições contestadas pela oposição, num país onde a grande maioria do território era controlada por rebeldes, que o seu exército repeliu com a ajuda de Moscovo e a intervenção maciça de mercenários do Wagner.
A RCA é um dos países africanos francófonos onde Paris viu a sua influência ser posta em causa pela Rússia nos últimos anos. Depois dela, o Mali, o Burkina Faso e o Níger também se distanciaram da antiga potência colonial.
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