Um voluntário da instituição explicou à agência Lusa que a bola de trapos representa o regresso às origens, às crianças de rua, que estão no centro do projeto da Scholas Occurrentes, que promove a educação para a cidadania e a inclusão.

A bola foi feita com os panos usados por algumas das 3.000 pessoas que, nos últimos três meses, pintaram um mural de 3,5 quilómetros que o Papa percorreu hoje e no qual deixou também a sua marca.

A oliveira, símbolo da paz, está representada no logótipo da Scholas e é plantada sempre que se abre uma sede no mundo.

Em Cascais, a oliveira está no pátio da antiga escola Conde Ferreira, sede da Scholas Portugal desde a sua criação, em 2019.

Após percorrer os 3,5 quilómetros do mural colocado ao longo da estrada, onde foi saudado por milhares de pessoas que acenavam à sua passagem, o Papa chegou às 10:40 à sede da instituição em Cascais.

Recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, Francisco foi acolhido por voluntários da Scholas numa sala onde todas as paredes e o teto estavam cobertos por um mural colorido pintado por jovens.

No interior, o Papa fez a última pincelada do mural, um círculo verde aberto, usando um pincel ligado à realidade virtual para iniciar uma nova obra digital e reunir as diferentes comunidades das Scholas de todo o mundo.

Sobre a pintura na sala, declarou: “É uma Capela Sistina pintada por vocês”.

Aos jovens, representantes das Scholas de todo o mundo, o Papa Francisco disse que uma vida sem crises é assética e sem sabor, e que só em conjunto estas crises se ultrapassam.

Após ouvir testemunhos de jovens, incluindo de um muçulmano da Guiné-Bissau, Francisco frisou que “há que assumir as crises e resolvê-las”, o que se faz “raramente a sós”.

Pouco mais de meia-hora depois de chegar, o Papa saiu ao som da música Recado, cantada pela fadista Cuca Roseta.

Francisco chegou na quarta-feira a Portugal e fica até domingo, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para esta JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.