“Pelos meus 10 anos como Papa, deem-me paz”, pediu o sumo pontífice numa entrevista com os órgãos de comunicação social do Vaticano no ‘podcast’ ‘Popecast’.
Após 40 viagens ao estrangeiro, três encíclicas, 899 santos canonizados, milhares de audiências, centenas de visitas a dioceses e paróquias, o Papa destacou o encontro com avós de todo o mundo, em 28 de setembro de 2014, como “o momento mais bonito do seu pontificado”.
“Os idosos são sábios e ajudam-me muito. Eu também sou velho, não é? Mas os idosos são como o bom vinho (…). Os encontros com eles renovam-me e rejuvenescem-me, não sei porquê. São momentos bonitos, preciosos”, afirmou.
Quanto às situações mais complicadas, Francisco mencionou todas aquelas relacionadas com a guerra, como quando visitou os cemitérios militares de Redipuglia e Anzio, em Itália, a comemoração do desembarque na Normandia ou a vigília pelo conflito na Síria.
“Por trás das guerras está a indústria das armas, isto é diabólico”, disse, lamentado ser o papa “da Terceira Guerra Mundial”.
“Dói-me ver os mortos, os jovens — não me importo, se são russos ou ucranianos — que não voltam. É difícil”, referiu.
Francisco apresentou, no entanto, os seus “três sonhos para a Igreja, para o mundo, para os que governam o mundo, para a humanidade: a fraternidade, as lágrimas, os sorrisos”.
“Aprendam a não ter medo de chorar e sorrir: quando uma pessoa não tem medo de chorar e sorrir, é uma pessoa que tem os seus pés no chão e o olhar no horizonte do futuro. Se se esquecerem de chorar, alguma coisa está errada. E se se esquecerem de sorrir, está ainda pior”, comentou.
Sobre o dia 13 de março de 2013, o Papa recordou que “parece que foi ontem” que assumiu a liderança da Igreja Católica.
“Estes 10 anos foram assim: uma tensão, viver em tensão”, acrescentou.
O pontificado de Francisco cumpre hoje 10 anos, marcado pela guerra na Ucrânia e pelo escândalo dos abusos sexuais de menores na Igreja.
Francisco deverá visitar Portugal este ano, pela segunda vez no seu mandato, para participar na Jornada Mundial da Juventude seis anos depois de ter encerrado as comemorações do centenário das aparições de Fátima e canonizado os videntes Francisco e Jacinta.
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