A cimeira da Frente Comum decidiu realizar um plenário nacional de sindicatos frente à Assembleia da República, no dia 27 de outubro, pelas 11:00, dia da votação na generalidade do Orçamento do Estado, e marcar uma greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública para o dia 18 de novembro, declarou, em conferência de imprensa.
A Frente Comum diz que a proposta do Governo de aumentos salariais de 3,6%, "quando a inflação prevista se cifra agora nos 7,8% para este ano, e para o próximo ano não vai estar a zero", é "uma proposta de empobrecimento" que os trabalhadores não podem aceitar.
"Entendemos que o Governo tem o espaço, orçamento e meios para resolver e minimizar de forma objetiva aquilo que tem sido a perda de poder de compra e desvalorização salarial dos trabalhadores da Administração Pública", anunciou Sebastião Salgado.
O coordenador da Frente Comum diz que está "nas mãos do Governo, até à votação global final do Orçamento, resolver este problema assim haja vontade política para o fazer".

Nas rondas negociais realizadas antes da apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2023, o Governo propôs aos sindicatos da administração pública aumentos salariais entre 8% e 2%, com garantia de um mínimo de cerca de 52 euros, e a valorização das carreiras gerais de técnico superior, assistente técnico e assistente operacional.

Este novo mecanismo de atualização é plurianual, sendo válido até 2026, embora possam ocorrer algumas revisões a cada ano, consoante a realidade económica e financeira do país.

A proposta do Governo contempla ainda um aumento do subsídio de refeição dos atuais 4,77 euros para 5,20 euros.