"Havia as opções de incidência parlamentar, coligação ou inclusão e depois destas nossas conversações foi decidido avançar para o modelo de coligação", afirmou aos jornalistas Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), no final de um encontro com uma delegação do Partido Libertação Popular (PLP), liderada por Taur Matan Ruak, presidente da formação.
"Há vários modelos de casamentos, de comunhão de bens, de comunhão de adquiridos, de separação de bens. Vamos agora conversar", disse Alkatiri, líder do partido mais votado nas legislativas de 22 de julho.
O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) admitiu à Lusa que há bastantes pontos de encontro nos programas e objetivos dos dois partidos.
"Vimos isso, que não há grandes diferenças nos programas dos dois partidos e podemos acertar num programa único", afirmou.
Por seu lado, Taur Matan Ruak, presidente do PLP, terceiro mais votado nas legislativas, confirmou que "o que ficou assente é discutir sobre a coligação".
"Vamos discutir uma coligação", disse, escusando-se a avançar mais pormenores. "Penso que em cinco ou seis dias terão uma resposta", considerou.
Questionado pela Lusa sobre se ele próprio vai estar no Governo, Taur Matan Ruak disse: "Ainda não vou dizer nada". O líder do PLP escusou-se também a confirmar se apoia a escolha de Mari Alkatiri como próximo primeiro-ministro.
Os dois líderes falavam depois de encontros que delegações da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e do Partido Libertação Popular (PLP) mantiveram num hotel em Díli.
Antes do encontro mais alargado das delegações dos dois partidos, que durou cerca de um hora - no que foi a segunda ronda de conversações tendo em vista a formação de Governo -, os dois líderes, Mari Alkatiri e Taur Matan Ruak reuniram-se durante cerca de 35 minutos.
A Fretilin, que manifestou sempre abertura total para dialogar com todas as forças eleitas para o Parlamento nas legislativas de 22 de julho, confirmou ter convidado o PLP e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) a encontrarem conjuntamente uma "plataforma de governação".
Falta agora definir se o KHUNTO também se juntará ao modelo de coligação, solução que parece, depois da reunião de hoje, a opção mais provável.
Comum aos três, como reiteraram já os líderes, está a vontade de garantir paz e estabilidade e de evitar qualquer cenário de eleições antecipadas, solução que seria dispendiosa, morosa e adiaria ainda mais o retomar da atividade governativa que, em muitos casos, tem estado paralisada ou muito reduzida nos últimos meses.
A Fretilin tem marcada uma reunião com o KHUNTO na quinta-feira, com o Partido Democrático (PD) na sexta-feira e finalmente com o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) no sábado, dia em que o partido mais votado reúne o comité central.
Apesar das reuniões com o PD e com o CNRT não se antevê que esses dois partidos venham a fazer parte da coligação de Governo.
Da reunião do comité central da Fretilin deverá sair o nome para o cargo de primeiro-ministro.
Na segunda-feira toma posse o Parlamento Nacional e são escolhidos os componentes da mesa, incluindo o presidente.
Nos dias seguintes, a Fretilin deverá comunicar ao Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, a escolha de primeiro-ministro, a quem caberá formar o VII Governo constitucional.
O objetivo é que o Governo possa tomar posse antes do chefe de Estado se deslocar para Nova Iorque onde vai participar na Assembleia-Geral da ONU, na segunda semana de setembro.
O novo Governo tem já uma agenda cheia, tendo que aprovar o programa de Governo, um orçamento retificativo para 2017 e o Orçamento do Estado para 2018 num muito curto espaço de tempo.
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