“Temos uma situação, que ainda estamos a confirmar, ocorrida no Porto das Lajes das Flores, com o desaparecimento de parte do molhe, de um edifício de apoio e de alguns contentores”, adiantou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo (ilha Terceira), por volta das 06:30 locais (07:30 em Lisboa).

“É uma situação que estamos a confirmar. Ainda não poderei dizer de forma concreta o que se passou. Estamos a receber as informações e a saber a extensão dos estragos”, acrescentou.

Segundo o responsável pela Proteção Civil, “não há registo” de desaparecimento de pessoas e a zona estaria isolada.

Carlos Neves disse que na ilha das Flores, no grupo Ocidental, já se está “a registar alguma acalmia” e o vento não está a aumentar.

“Possivelmente irá manter-se nas próximas horas ainda com esta intensidade e depois irá descer pouco a pouco”, avançou.

Ainda assim, sublinhou que a tempestade “não se está concretamente a afastar” e “ainda está muito próxima do grupo Ocidental”.

“É lógico que está a caminhar para norte. Agora uma das preocupações é a agitação marítima”, frisou, acrescentando que no grupo Central (São Jorge, Faial, Terceira, Graciosa e Pico) os efeitos serão sentidos mais tarde, ao longo da manhã.

O presidente da Proteção Civil açoriana admitiu que esta possa ser a tempestade mais forte dos últimos 20 a 22 anos a afetar o arquipélago.

“Nós temos nos últimos anos tido algumas tempestades tropicais que provocaram estragos, tivemos a sorte de alguns furacões que tinham como trajetória o arquipélago se terem desviado e terem passado a centenas de quilómetros do arquipélago, não provocando estragos, mas este, de facto, embora se tivesse desviado nos últimos dias ligeiramente para oeste, mesmo assim afetou-nos de uma forma muito agressiva”, afirmou.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dos Açores declarou hoje que o período crítico do furacão "Lorenzo" decorrerá até às 09:00 da região (10:00 em Lisboa), afetando maioritariamente a ilha das Flores e do Corvo.

"O centro do furacão já passou" a oeste da ilha das Flores, e encontra-se a caminho de norte/noroeste, "com tendência a afastar-se" progressivamente da ilha do grupo ocidental, declarou a meteorologista Vanda Costa à agência Lusa, falando pouco depois das 05:30.

Para as ilhas das Flores e do Corvo (grupo Ocidental), prevê-se vento sueste rodando para noroeste com rajadas na ordem dos 190 km/hora (com uma probabilidade de 40% de a rajada máxima ser superior a 200 km/h), chuva por vezes forte e ondas de sul passando a sudoeste, com altura significativa entre 10 e 15 metros. A altura máxima de onda pode atingir os 25 metros.

Já para o grupo Central é esperado vento sudoeste com rajadas até 160 km/h, períodos de chuva e ondas de sudoeste passando a oeste com altura significativa entre nove e 12 metros, podendo a altura máxima de onda atingir os 22 metros.

Nas ilhas do grupo Oriental - São Miguel e Santa Maria - deverá haver vento sul rodando para oeste com rajadas até 100 km/h, períodos de chuva e ondas de sudoeste com altura significativa entre sete e nove metros.

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