“A sinalização rodoviária está praticamente danificada, árvores caídas, estradas interrompidas e edifícios públicos, como escolas, o ginásio, o museu e o auditório também estão bastante danificados”, disse à agência Lusa José Carlos Mendes, salientando que o concelho foi “atingido severamente”.
De acordo com o autarca, estão “a decorrer trabalhos de limpeza”, com o objetivo de tornar “as vias circuláveis, mas sempre com algumas precauções”.
“Felizmente não tivemos vítimas, mas os estragos materiais são bastante avultados”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, acrescentando que os estragos ainda não estão totalmente contabilizados.
Devido à passagem do furacão, foi ainda necessário proceder “a três realojamentos de três famílias, duas das quais porque moravam junto à costa e um outro agregado familiar cuja casa ficou descoberta”, segundo indicou.
O autarca adiantou também que foram registados "estragos no porto” local, que “estava a ser reabilitado”, a par do que sucedeu na infraestrutura das Lajes das Flores, “onde ocorreram sérios prejuízos ao nível do molhe”.
José Carlos Mendes referiu que a situação “já está a ficar calma”, sublinhando, no entanto, que “o vento ainda sopra com alguma intensidade" e que "a agitação marítima ainda está alta”.
A Lusa tentou contactar, sem sucesso, o autarca das Lajes das Flores.
Devido à passagem do furacão pelo arquipélago dos Açores, 39 pessoas ficaram desalojadas e a Proteção Civil registou 127 ocorrências, de acordo com o balanço oficial mais recente.
O furacão “Lorenzo” passou esta madrugada, entre as 04:00 e as 04:30, a cerca de 70 quilómetros a oeste das Flores, ainda com categoria 2 na escala de Saffir-Simpson, mas no limite inferior, segundo uma nota enviada esta manhã pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
As rajadas máximas registadas pelo IPMA ocorreram às 08:25 locais no Corvo (aeroporto), com 163 km/h, às 05:00 nas Flores (aeroporto), com 142 km/hora, e às 04:00 no Faial (Horta), com 145 km/h.
O furacão “Lorenzo” perdeu força e está a deslocar-se rumo à Irlanda.
No entanto, segundo o IPMA, o período crítico ainda não terminou, devido à agitação marítima e ao vento forte que ainda se registam.
“Ainda não podemos dar como terminado o período crítico porque as ilhas ainda estão sob efeito de forte agitação marítima com ondas que podem atingir os 20 metros e vento forte”, adiantou o delegado do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nos Açores, Carlos Ramalho, às 10:15 locais (11:15 em Lisboa).
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