Apesar da pressão dos europeus (Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha e União Europeia), do Canadá e do Japão, Donald Trump não se rendeu. O presidente norte-americano deverá assim anunciar a sua decisão a respeito do acordo climático de Paris na próxima semana, de acordo com o tweet que fez no final da cimeira:
"Vou tomar a minha decisão final acerca do acordo de Paris na próxima semana!", pode ler-se no post naquela rede social.
Na declaração final da cimeira, que começou na sexta-feira no balneário siciliano, irá, portanto, constatar a falta de entendimento sobre a questão do aquecimento global, pela primeira vez depois de dezenas de comunicados do G7 que sublinhavam a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Os Estados Unidos vão confirmar neste texto que continuam a refletir a sua posição em relação às questões climatéricas, enquanto os outros seis países do G7 irão reafirmar o seu compromisso com os acordos de Paris, tomando nota da posição americana, indicaram fontes europeias.
"Este é um resultado aquém dos de cimeiras anteriores, mas esperávamos por isso", minimizou um funcionário de uma delegação europeia.
Para outros, o importante é que os Estados Unidos se mantenham no jogo. Nesta perspectiva, a presidência francesa recusa-se a falar de "fracasso", embora reconheça "não ser a fórmula ideal".
"Um ponto de grande preocupação para nós é a manutenção dos Estados Unidos no acordo, não queremos os americanos fora", argumentou-se em Paris, antes do G7.
Um Trump condenado à solidão, nas questões climatéricas
"O resultado da cúpula do G7 mostra como Trump está isolado acerca do tema do clima", considerou a Greenpeace em comunicado, destacando o compromisso dos outros seis países.
A perspetiva do presidente americano "evolui, ele veio aqui para aprender", garantiu na sexta-feira o seu assessor económico, Gary Cohn.
Mas, ao mesmo tempo, o seu assessor para a segurança nacional, o general H. R. McMaster, assegurou que, "uma coisa que não vai mudar, é que Trump vai tomar as suas decisões com base no que acredita ser melhor para os americanos".
Sobre outro assunto espinhoso na agenda, o comércio internacional, os líderes do G7 conseguiram manter os Estados Unidos de Donald Trump, tentado pelo isolacionismo, num quadro multilateral, confirmou uma fonte próxima à delegação italiana.
Segundo a mesma fonte, os chefes de Estado e de Governo do G7 devem se comprometer a não recorrer ao protecionismo como forma de regulação do comércio.
O dia começou com uma reunião com os líderes de cinco países africanos: Níger, Nigéria, Etiópia, Quênia e Tunísia.
A Itália, que atualmente preside à cimeira, fez de África uma prioridade e com a ambição no horizonte de fazer o G7 adotar uma posição ambiciosa sobre a "mobilidade humana", ou seja, sobre o tema sensível da migração.
No entanto as ambições tiveram de ser revistas, sob pressão dos Estados Unidos, para limitar a questão a algumas linhas na declaração final, reconheceram fontes diplomáticas italianas.
Na sexta-feira, os líderes do G7 encontraram alguns terrenos comuns, a começar pela luta contra o terrorismo após o atentado de Manchester, no Reino Unido.
O G7 assinou uma declaração conjunta sobre o terrorismo, na qual aumenta a pressão sobre os grandes grupos da Internet a combater conteúdos radicais, a pedido da Grã-Bretanha.
Também ficou expressa a preocupação com o retorno de combatentes estrangeiros, especialmente após o ataque de Manchester cometido por um britânico de origem líbia que pode ter viajado à Síria depois de uma visita à Líbia.
A situação neste país, novamente mergulhado no caos com a retomada dos combates no sul de Trípoli e os bombardeios egípcios no leste do país depois de um novo ataque contra cristãos coptas do Egito, também deve ser mencionada.
Os líderes do G7, a pedido do Japão, deverão ainda chegar a um acordo sobre uma posição dura contra a Coreia do Norte, depois de uma série de lançamentos de mísseis balísticos por Pyongyang.
Sobre este ponto, Donald Trump assegurou o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe que o "problema norte-coreano" seria "resolvido".
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