“A nossa intenção é criar um núcleo de pessoas, servir como uma casa comum de todas as pessoas interessadas em trabalhar pela nossa terra, a nossa língua, a nossa cultura, e economia”, explicou à Lusa Mar Lopes Gonçalves, coordenadora provisória da ANG, cuja finalidade passa também por “fazer chegar o galeguismo à sociedade”.
A assembleia, que já conseguiu obter a sua inscrição e legalização no registo de associações da Junta da Galiza, nasceu da “desmotivação, o cansaço e a saturação” perante uma “política galega em permanente confronto, sectária, carente de uma cultura de cooperação e sem um projeto social, económico, linguístico e cultural conhecido e credível para o futuro da Galiza”, pode ler-se na página oficial da ANG.
“Somos pessoas que acreditam na língua galega, na nossa cultura, na nossa economia e a nossa intenção é servir de apoio ao que é próprio da Galiza”, sustentou a coordenadora, lembrando que aquela comunidade autónoma espanhola tem “uma ideologia diferente de Madrid”, sendo “uma nacionalidade com história, língua e cultura próprias”.
Para Mar Gonçalves, seria, porém, “impossível” realizar um processo semelhante ao que se encontra a decorrer na Catalunha, uma vez que esta região é “uma nação com cultura e língua própria”, muito mais desenvolvida que a Galiza.
Concebida como “uma associação social e cultural não lucrativa”, a ANG quer, assim, ser um movimento cívico galeguista independente de qualquer partido, “que some e coordene as forças, ideias e iniciativas de todos os galegos e galegas defensores da Galiza, da sua língua, cultura e economia, e que dê impulso à melhoria da sociedade galega e à participação cidadã, ao aprofundamento democrático e à construção nacional galega”, indica comunicado.
Segundo os estatutos da ANG, são fins principais da associação a “normalização do galego no horizonte da sua reintegração ao contexto internacional da galaicofonia ou lusofonia”, a “popularização e desenvolvimento da cultura galega em qualquer das suas formas e expressões”, a “regaleguização integral da sociedade e o desenvolvimento do orgulho nacional do povo galego” e a “defesa da promoção da língua e cultura galegas”.
A assembleia propõe-se também estabelecer “relações fluidas de cooperação com os povos e os países da galaicofonia e lusofonia e nações sem estado da Península Ibérica”, bem como promover “uma economia galega sustentável e o apoio a todo o tipo de iniciativas económicas, empresariais, mediáticas, educativas e sociais que possam melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos galegos e galegas”.
“Em geral, a defesa dos direitos da Galiza e dos interesses sociais, culturais, económicos e políticos; a defesa da soberania nacional da Galiza e a promoção da participação cidadã e da qualidade democrática das instituições”, indicam os estatutos.
O primeiro ato público da ANG está agendado para o próximo sábado, com uma apresentação aberta à sociedade agendada para as 17:30 em Santiago de Compostela.
“É aberta a toda a gente que queira assistir e é para dar a conhecer o projeto da ANG e conseguir envolver mais gente. Estamos à procura de mais sócios, precisamos de mais sócios e mais gente a trabalhar”, explicou a coordenadora Mar Lopes Gonçalves, adiantando estarem já pensadas “outras apresentações públicas em outras localidades da Galiza”.
Posteriormente, a associação que “tentar construir pequenos núcleos ativos em diferentes localidades, para começar a trabalhar em projetos, iniciativas e atividades”.
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