Os manifestantes – Otília Santos, Ana Madureira e Pedro Carvalho – subiram à árvore pouco depois das 08:00 de hoje mas saíram por sua própria vontade, cerca das 18:00, uma hora após a PSP ter reforçado a segurança no local, proibindo o acesso à zona em redor da árvore, o que não aconteceu ao longo do dia.
Os trabalhos de remoção do freixo estavam agendados para hoje, os meios da autarquia estiveram no local, mas acabaram por desmobilizar ao final da tarde, sem que o abate se tivesse iniciado, devendo começar na manhã de quinta-feira.
“Ganhámos este dia, a árvore ganhou este dia”, disse aos jornalistas Otília Santos, pedindo “ao país e ao Presidente da República” que deixem o freixo “viver”.
Recusando estar cansada, garantiu que “estaria [sentada no freixo] a noite toda” e argumentou que o protesto terminou face à falta de resposta do presidente da autarquia, que os contestatários exigiam que se deslocasse ao local, pretensão que não foi atendida.
“Não veio aqui ninguém, eu tinha vergonha de presidir fosse ao que fosse (…) e que eu desse ordem de abater um ser vivo que tem vida, senão não tinha ramos”, alegou Otília Santos.
A manifestante revelou ainda que os ocupantes do freixo decidiram abandonar o protesto, depois de a PSP, ao final da tarde, alegadamente lhes ter comunicado que, se não saíssem, seriam “retirados à força” ao início da manhã de quinta-feira.
“E nós não estamos aqui para forçar ninguém, nada”, observou Otília Santos.
Já Luís Pena, porta-voz do Movimento Parque Verde (MPV), entidade que esteve na génese do protesto, deixou “uma palavra de regozijo” pela iniciativa dos três cidadãos “que de forma heroica” estiveram no local “ao frio, ao vento e também ao sol, felizmente, e resistiram em cima desta árvore”.
Luís Pena lembrou que o MPV propôs, na noite de terça-feira, um “solução de compromisso, equitativa”, que passava por “acautelar a segurança de pessoas e bens”, que disse ser “fundamental”, com o corte do tronco do lado direito do freixo, que ameaça cair sobre um muro adjacente e daí para uma rua localizada vários metros abaixo, deixando, no entanto, o tronco do lado esquerdo “vivo”.
“Não venham cá com falácias de segurança. No dia de Santo António, que foi em Junho, estiveram aqui centenas de pessoas, nessa altura não se colocou a segurança, só agora é que se fala de segurança”, criticou.
A solução do movimento de cidadãos foi avançada já depois de a autarquia ter anunciado, na segunda-feira, o abate do freixo classificado – decisão sustentada em pareceres e avaliações técnicas, a última das quais recomendava o abate por “risco severo de fratura”- que mereceu a concordância do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
“Não nos rendemos, estamos cá disponíveis para conversar, o apelo que fizemos ontem [terça-feira] à noite repetimo-lo hoje e estamos disponíveis para o diálogo”, argumentou Luís Pena.
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