A Sonorgás, do grupo Dourogás, é a responsável pelo investimento nas infraestruturas, nomeadamente as unidades autónomas de gás, as redes e a ligação a casa dos clientes.

O novo serviço foi inaugurado hoje e contempla a conclusão “até ao final do ano, início do próximo” de uma rede de 10 quilómetros para servir mil clientes em Vila Flor, distrito de Bragança, e de 12 quilómetros que servirá 1.500 clientes em Alijó, no distrito de Vila Real.

As explicações foram dadas por Nuno Moreira, diretor executivo do grupo Dourogás, que acrescentou que serão depois as empresas comercializadoras a vender o gás aos clientes.

Os investimentos são de três milhões de euros em Alijó e 2,4 milhões em Vila Flor, contemplando, segundo o responsável, “a construção de depósitos que recebem o gás natural por camião, carregado no porto de Sines”, as chamadas Unidades Autónomas de Gás (UAG), que já estão prontas nos dois concelhos.

Nessas unidades, o gás líquido é transformado em gasoso e colocado na rede para chegar às casas e empresas das sedes de concelho.

“Hoje fazemos a ligação do primeiro cliente nos dois concelhos”, indicou, numa das cerimónias de inauguração, em Vila Flor.

Segundo disse, “à medida que se vai construindo a rede, vão-se ligando os clientes” e o investimento da empresa contempla também a instalação de gás dentro das casas e a conversão dos aparelhos domésticos.

O responsável garantiu que o custo da energia do gás natural “fica a metade do preço do gás propano”, o que implicará uma redução da fatura dos clientes e maior competitividade, nomeadamente para as empresas.

O presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros, acredita que “esta infraestrutura pode ajudar a que outros [investimentos] venham para o interior”.

“Temos o exemplo das estradas que arrastam outro tipo de investimentos”, apontou, considerando que esta será “uma das razões de o gás ter chegado a Vila Flor”, o facto de “o concelho estar tão bem servido de estradas” porque se cruza ali o IC5 e o IP2.

“Estas infraestruturas são competitivas e temos de fazer com que haja mais”, enfatizou.

O diretor geral da Energia e Geologia, Mário Guedes, esteve presente na inauguração do novo serviço e adiantou que há alguns concelhos do Nordeste Transmontano onde estão a decorrer concursos e em breve o Governo irá atribuir novas concessões para a instalação de redes de gás natural.

Mário Guedes explicou que “em Portugal existem duas formas de distribuição de gás, uma através do gasoduto que vai desde Sines até Viana do Castelo, a rede principal”.

Do ponto de vista económico e técnico, acrescentou, “é muito complicado fazer espalhar esta rede para o restante do país”, pelo que “criam-se unidades autónomas de gás, cujo gás é transportado dos grandes depósitos por camião para redes específicas”, como são os casos do Algarve, região Centro, Trás-os-Montes e Minho e Douro litoral.