Em comunicado, a GE – que iniciou hoje um processo de consulta com os representantes dos trabalhadores europeus - diz que, “em Portugal, no quadro da proposta apresentada antecipa-se um impacto, principalmente, nas atividades da unidade de Setúbal, incluindo uma redução de cerca de 200 postos de trabalho”.
“Este processo resulta das condições de mercado e do impacto significativo que têm tido na atividade da General Electric, nomeadamente a queda substancial, em todos os países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], da procura por novas unidades de produção termoelétrica de energia”, justifica.
Neste contexto, continua, “a deterioração do mercado e a incerteza sobre o futuro das políticas climáticas também levaram os nossos clientes a reduzir consideravelmente os seus investimentos”.
A empresa diz que o anúncio de hoje é motivado pelos desafios que o mercado energético mundial enfrenta.
“Os mercados tradicionais de energia, incluindo o gás e o carvão, abrandaram. O volume de negócio baixou significativamente em produtos e serviços. Esta situação é motivada pelo excesso de capacidade existente, por uma utilização mais reduzida, pelo decréscimo de quebras, pelo aumento do fecho de centrais de vapor e pelo crescimento geral nas energias renováveis”, refere.
Perante esta conjuntura, e de forma a recuperar competitividade, a GE Power “tem de proceder a um corte substancial dos custos nos seus negócios”, acrescenta.
“Estas propostas não se fazem de ânimo leve e entendemos que este anúncio será difícil para muitas pessoas. Acreditamos que estas mudanças são necessárias para garantir que a General Electric permaneça competitiva, assegurando o futuro do negócio da energia”, justifica o diretor de recursos humanos da GE Portugal, Pedro Estrela, citado no comunicado enviado.
O mesmo responsável acrescenta que as propostas foram partilhadas com os representantes sindicais e será iniciado um período de consulta “antes de ser tomada qualquer decisão definitiva”.
“A proposta apresentada foi concebida como resposta à evolução das condições de mercado, tendo em conta a estagnação global do negócio de energia, nomeadamente em regiões como a Europa Ocidental que registam um declínio acentuado”, sublinha Pedro Estrela.
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