À margem de uma reunião na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada sobre a situação nos Estados Unidos, depois do partido ter apresentado um voto de pesar pelo assassinato de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, que morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção.

“O que está a acontecer nos Estados Unidos é da maior gravidade. Existe uma enorme revolta face a uma violência racista continuada, policial, que teve mais uma morte que foi filmada e que chocou todo o mundo e que infelizmente é mais uma”, lamentou.

É esse “horror, destas mortes arbitrárias, definidas pela cor da pele, com violência policial” que, de acordo com a líder do BE, “faz com que neste momento exista tanta gente a lutar por direitos iguais, por uma democracia, por um respeito pelos direitos humanos”.

“A esta luta, a esta revolta, temos visto do lado do Presidente norte-americano, [Donald Trump] uma ação absolutamente incendiária, irresponsável, que tem criado situações muito difíceis”, criticou.

Apesar disso, enalteceu Catarina Martins, “há muitos responsáveis nas forças de segurança e nos militares dos Estados Unidos da América que não acompanham o seu presidente e que têm vindo a apelar à necessidade de se respeitarem os direitos humanos”.

“Eu julgo que a esperança reside tanto em quem protesta pelos direitos humanos, como nestes responsáveis das forças de segurança que se levantam contra um presidente incendiário e irresponsável”, disse.

Desde a divulgação das imagens da morte de George Floyd nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos nove mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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