“A Comissão Executiva decidiu realizar uma auditoria a todas as decisões, operações e negócios que conduziram o Global Media Group ao estado atual, não sendo de descurar uma posterior decisão em recorrer a outras instâncias, no sentido de apurar eventuais responsáveis por situações menos claras e que indiciam em alguns casos uma gestão, no mínimo, pouco transparente”, afirma a GMG, numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.
A decisão foi tomada após os acionistas do Global Media Group (GMG) Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira terem afirmado, na sexta-feira, que foi o “manifesto incumprimento” de obrigações pelo World Opportunity Fund que impediu o pagamento de salários aos trabalhadores.
A Comissão Executiva esclarece que, ao longo dos dois meses e meio em que está em funções não tem deixado de, “pese todos os incumprimentos, envidar todos os esforços para dignificar e preservar os títulos do Global Media e os seus trabalhadores”, acrescentando que todas as decisões relevantes para o grupo, incluindo o plano de reestruturação, foram atempadamente apresentadas pela Comissão Executiva ao Conselho de Administração e aos seus acionistas, tendo recebido deles o seu “pleno e inequívoco apoio”.
Na última reunião de acionistas, no dia 15 de dezembro, e após a Comissão Executiva ter apresentado um ‘raio X’ da situação financeira do grupo, e exposto algumas situações e procedimentos detetados que suscitaram à Comissão Executiva sérias dúvidas quanto à sua legalidade e transparência, foi solicitado aos acionistas que fizessem “algum esforço financeiro no sentido de minorar a difícil situação existente”.
Esse pedido foi “liminarmente rejeitado, não se mostrando qualquer um deles disponível para tal”, sublinha a mesma nota.
No entanto, no decurso dessa mesma reunião, os acionistas decidiram transmitir à Comissão Executiva “um voto de confiança e reafirmar o seu apoio ao plano de reestruturação em curso”.
A Comissão Executiva do GMG reafirma que as dificuldades financeiras existentes do grupo não são novas e a reestruturação aprovada e em curso é “indispensável para a sobrevivência do grupo”.
As redações do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF e O Jogo aprovaram, na sexta-feira, a realização de uma greve no dia 10 de janeiro de 2024, depois de na quinta-feira a administração do grupo ter informado os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes a dezembro, afirmando que a situação financeira é “extremamente grave”.
Também na quinta-feira, o Governo manifestou perplexidade com as dificuldades financeiras alegadas pelo GMG, lembrando a intenção de “investimento no jornalismo” do novo acionista, quando este entrou no grupo.
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