Esta é uma das posições defendidas pelo Comando Geral da GNR em resposta ao pedido de esclarecimento urgente feito pelo primeiro-ministro, António Costa, que na terça-feira questionou qual a razão para não ter sido encerrada a EN 236-1, no sábado, durante a fase de expansão do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria.

No documento agora enviado ao primeiro-ministro, ao qual agência Lusa teve acesso — que será publicado no portal do Governo na Internet e que já foi enviado aos diferentes grupos parlamentares na Assembleia da República —, a GNR salvaguarda que, a par desta primeira resposta a António Costa, está também em curso "um processo de inquérito mandado instaurar pelo Comando Geral que corre os seus termos".

"Foi num contexto de fenómeno invulgar que terão ocorrido os fatídicos acontecimentos da EN 236-1, uma vez que o fogo terá atingido esta estrada de forma totalmente inesperada, inusitada e assustadoramente repentina, surpreendendo todos, desde as vítimas aos agentes da proteção civil, nos quais se incluem os militares da Guarda destacados para o local", lê-se na parte conclusiva da resposta ao líder do executivo.

Segundo a explicação da GNR, no quadro do combate ao incêndio de Pedrógão Grande, "as patrulhas da Guarda, face à leitura da situação, havendo perigo para as pessoas e seus bens, e considerando a aproximação do fumo e fogo, cortaram a circulação no Itinerário Complementar (IC) 8 cerca das 18:50".

"Passado algum tempo, tornando-se insustentável, pela evolução do incêndio, permanecer no mesmo local, a força da GNR foi forçada a recuar para a zona de confluência do referido IC 8 com a EN 236-1, mantendo-se, no entanto, no IC 8, garantindo o corte do itinerário no sentido oeste/leste", refere o Comando Geral.

Assim, de acordo com a mesma força, "o trânsito proveniente de oeste passava a ser encaminhado para a passagem superior, existindo ali três opções para os automobilistas: retroceder pelo mesmo IC em direção a oeste; tomar a EN 236-1 em direção a Figueiró dos Vinhos; ou a EN 236-1 em direção a Castanheira de Pera".

Nesta missiva, o Comando Geral da GNR sustenta depois que não havia então "qualquer indicador ou informação que apontasse para a existência de risco potencial ou efetivo em seguir por esta estrada (EN 236-1) em qualquer dos sentidos".

A GNR aponta ainda dificuldades operacionais na missão de cortar a EN 236-1.

"Acresce ainda referir que o acesso à EN 236-1 se faz a partir de múltiplos locais, muitos deles provenientes de pequenas localidades e propriedades existentes e não apenas a partir do IC 8", observa-se no documento.

Ainda segundo o Comando Geral da GNR, "apesar das dificuldades nas comunicações (todas), a Guarda montou em toda a área o socorro e apoio às populações, tendo em conta os múltiplos focos de incêndio e as povoações e casas em risco".

"É relevante salientar que, durante o período em análise, como tem sido sustentado por vários especialistas, a zona foi alvo de condições meteorológicas verdadeiramente anómalas e adversas, com trovoadas secas e ventos intensos, que provocaram múltiplos focos de incêndios e propagações galopantes e imprevisíveis", acrescenta-se na resposta ao pedido de esclarecimento urgente feito pelo primeiro-ministro.

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