Designada cientificamente por vespa velutina, a vespa asiática registou o primeiro avistamento em Portugal em 2011, no distrito de Viana do Castelo, e, “desde aí, tem vindo a deslocar-se para o sul do país, sendo que Lisboa, até agora, é o distrito mais a sul onde existe a presença da vespa velutina”, disse Ricardo Vaz Alves, do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.
“Desde 2017 até ao corrente ano, temos verificado um aumento do número de denúncias”, afirmou Ricardo Vaz Alves, em declarações à agência Lusa, indicando que, em 2017, contabilizaram-se 499 avistamentos, número que aumentou para 708 em 2018 e que, este ano, até 25 de agosto, soma 508 situações relacionadas com a presença de vespa asiática.
Em termos de localização, os distritos onde se registaram mais denúncias, ao longo deste ano, foram Porto (133), Braga (92), Viseu (60), Aveiro (53) e Coimbra (50).
Segundo o responsável do SEPNA, a vespa asiática adapta-se aos espaços que lhe são oferecidos para polinizar e, também, para nidificar, pelo que “não há uma distinção entre espaços rurais e espaços urbanos” na distribuição e expansão desta praga em território nacional.
No entanto, a vespa asiática escolhe, preferencialmente, locais com menos perturbação, o que explica “os espaços rurais serem mais atrativos para a sua instalação”.
Através da linha SOS Ambiente e Território – 808 200 520, a GNR vai registando o número de denúncias, “que muitas vezes são coincidentes com avistamentos”, referiu Ricardo Vaz Alves, advertindo que tal não significa que a presença da vespa asiática seja confirmada, “mas, de qualquer forma, há um registo ou, pelo menos, é uma noção que o cidadão tem que existe a presença de vespas velutinas”.
Em 2018, foi implementado o plano de ação para a vigilância e controlo da vespa velutina em Portugal, que visa a prevenção, vigilância e controlo desses animais em todo o território nacional, com vista à segurança dos cidadãos, à proteção da atividade agrícola e do efetivo apícola, bem como à minimização dos impactos sobre a biodiversidade.
Relativamente ao plano de ação, a GNR, através do SEPNA, tem participado nas ações de vigilância, controlo e destruição, assim como nas ações de formação e divulgação, além de efetuar o tratamento e encaminhamento de todas as denúncias recebidas através linha SOS Ambiente e Território.
Neste âmbito, Ricardo Vaz Alves apelou para que os cidadãos evitem fazer a destruição dos ninhos, “uma vez que, caso a destruição não seja a 100% do ninho, a vespa vai nidificar noutro local, persistindo o problema, dai que a destruição deva ser feita apenas pelas autoridades, neste caso serviços municipais de proteção civil”.
A GNR não dispõe de dados sobre a contabilização de estragos e prejuízos provocados pela presença de vespa asiática, nem do número de vítimas.
“São cada vez mais os casos em que existem reportes da vespa a ameaçar o cidadão, mas não conseguimos fazer essa contabilização de uma forma direta”, declarou o responsável do SEPNA, explicando que “a vespa só por si não ataca as pessoas, tem que sentir uma ameaça”, o que pressupõe uma distância de até cinco metros.
De acordo com Ricardo Vaz Alves, “sempre que [as vespas] se sentem ameaçadas no seu território atacam e atacam em grande número, não apenas de forma isolada”, contudo “a picada em si não constitui perigo”, expecto para pessoas que sejam alérgicas à picada.
Toda a informação recolhida sobre a evolução da vespa velutina em território nacional está centralizada na base de dados gerida pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), acessível através da plataforma SOS Vespa.
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