“Isso não era matéria que estivesse em cima da mesa. Somos 27 democracias e cada país tem as suas situações e, por hábito, não colocamos essas questões, mas obviamente que houve manifestações de solidariedade e de surpresa por parte de muitos colegas, mas não passou disso”, disse João Gomes Cravinho.
Falando no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas, o responsável garantiu que ficará no cargo: “Sim, naturalmente”.
“Estamos nesta fase final agora do Governo [já que] o senhor Presidente da República anunciou eleições para 10 de março e, depois, ainda são umas três semanas até à tomada de posse de um Governo e assumo essa responsabilidade, com certeza”, adiantou João Gomes Cravinho.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu na passada terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados.
O chefe de Governo recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
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