“Efetivamente conseguimos chegar a acordo. É um resultado muito bom, mostra claramente que pode ser formado um Governo na Alemanha”, afirmou o social-democrata Olaf Scholz, provável futuro chanceler, numa declaração à imprensa feita em conjunto com dirigentes dos partidos ecologista, Annalena Baerbock e Robert Habeck, e liberal, Christian Lindner.

O acordo foi adotado na ronda de negociações eleitorais preliminares e terá de ser submetido no fim de semana à análise dos congressos dos Verdes e dos liberais.

“É um acordo muito bom, necessário para levar a cabo a modernização de que a Alemanha tanto precisa”, disse Scholz.

“Para mim, pessoalmente, é muito importante destacar que temos conseguido ter estas conversas sempre com espírito construtivo”, acrescentou o líder social-democrata, enquanto Baerbock definiu o que foi acordado como “o alicerce” de um acordo que agora será submetido ao partido, com o propósito de poder realizar “a renovação” de que a Alemanha necessita.

“Os últimos dias foram marcados por um estilo diferente, com conversas em que os três participantes agiram com total discrição”, disse Lindner, aludindo à anterior tentativa de formar um acordo tripartido entre conservadores, liberais e verdes, promovida pela ainda chanceler, Angela Merkel, em 2017, mas que fracassou quando o projeto foi abandonado pelo Partido Democrático Liberal.

O SPD, de Scholz, foi o partido mais votado nas eleições legislativas de 26 de setembro, com 25,7%, enquanto os Verdes obtiveram o melhor resultado da sua história numa eleição nacional, com 14,8%, e os liberais registaram 11,5% dos votos.

O acordo tripartido entre social-democratas, verdes e liberais era, portanto, a opção mais provável para formar o Governo que sucederá à atual coligação no poder, liderada pela conservadora Merkel.

Os conservadores, cujo candidato a chanceler era Armin Laschet, obtiveram 24,1% dos votos.