"Acertou-se a concessão de medidas de indemnização em conformidade com o estabelecido na Constituição", afirma um comunicado divulgado.

Ainda segundo a nota, o governo informa que ativará os "protocolos necessários para a proteção integral a cada uma das famílias afetadas, assim como a atenção às pessoas que ficaram lesionadas".

No comunicado, também se pede ao Ministério Público que inicie uma investigação para determinar as causas e os responsáveis pelo ocorrido.

Segundo a Procuradoria, 68 pessoas morreram no incêndio no Comando da Polícia de Carabobo. Entre as vítimas, havia duas mulheres que visitavam a prisão.

Fontes policiais disseram à AFP que, hoje, oito corpos ainda deviam ser entregues aos familiares, que não os haviam reclamado.

De acordo com a ONG Una Ventana a la Libertad, de defesa dos direitos dos presos, as chamas foram iniciadas por um grupo de detentos que planejavam uma fuga.

O departamento de Direitos Humanos da ONU reivindicou uma investigação "rápida e completa". Também pediu a Caracas que "conceda indemnizações aos familiares das vítimas e (...) identifique e leve os responsáveis à Justiça".

O governo de Maduro rejeitou as "precipitadas e desproporcionais" declarações da ONU, porque - garante - procuram estabelecer uma "posição tendenciosa sobre a Venezuela, de maneira prejudicial e sem requerer informação oficial".

"Constitui uma agressão multiforme que se desenvolve contra o nosso país, fazendo uso grosseiro e infame do tema dos direitos humanos", completa a nota.

O diretor da ONG, Carlos Nieto, culpou o governo pela tragédia, ao apontar o isolamento nesse e noutros centros de detenção. Os réus não deveriam passar mais de 48 horas nesses locais, mas, na prática, permanecem meses.

A ONG estima em 400% a superlotação nestas instalações