“O Aeroporto Sá Carneiro é o principal aeroporto do noroeste peninsular e tem potencial para crescer. A TAP tem um papel importante no aeroporto, nunca vai perder e nós vamos tentar, através desta aposta na Portugália, aumentar também a viabilidade, fazermos outro tipo de voos a partir do Porto”, afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, numa audição parlamentar que durou cerca de três horas, sobre o plano de reestruturação da TAP.
“Agora, nós não temos como única obsessão, quando a empresa é publica, que ela dê lucro a todo o custo, mas nós também não podemos transformar a TAP num peso permanente para o aeroporto e é este equilíbrio que nós temos de procurar, a bem do país, a bem das contas públicas, mas obviamente também a bem do território e da coesão territorial”, acrescentou o governante.
Segundo o plano de reestruturação da TAP, entregue à Comissão Europeia em 10 de dezembro, não está prevista a redução de pessoal da Portugália, que pertence ao grupo TAP.
“A Portugália nunca atingirá o custo unitário de uma ‘low cost’, mas nós sabemos que entre as ‘low cost’ e as companhias de bandeira há um segmento de mercado que pode ser explorado”, avançou o ministro na conferência de imprensa para apresentar publicamente o plano, em 11 de dezembro, referindo-se à operação de voos de curto e médio curso da TAP Express.
“Nós vamos reforçar a frota dos aviões [da Portugália] para o dobro. Temos ATR [bimotores de médio porte] que vão acabar por ser descontinuados, ficaremos com 13 [aeronaves da fabricante] Embraer, ou seja, duplicaremos a rota de Embraer da Portugália, portanto, para 26″, explicou então Pedro Nuno Santos.
Quanto à operação no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, o governante disse não haver qualquer intenção de a “reduzir ou penalizar”.
“A aposta na TAP Express vai, pelo menos, permitir, ou tornar viável, um conjunto de operações que não são, se forem feitas pelas TAP. […] Vamos aumentar a capacidade de servir a região norte a partir do [aeroporto] Sá Carneiro, mas, mais uma vez, é um trabalho da gestão e que depende da procura”, acrescentou.
O Governo entregou na quinta-feira o plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia, que, segundo detalhou hoje o ministro, prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88.
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