O chefe do executivo PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, referia-se ao alojamento, limpeza e recuperação das 13 casas e respetivo mobiliário e eletrodomésticos, danificados pelas inundações de lama provocadas pelo transbordo de uma ribeira naquela freguesia do concelho de Ponta Delgada.
De acordo com Bolieiro, que falava no local, as famílias que passaram a noite em casa de familiares “já estão todas realojadas, com os serviços sociais do município e do governo a tratar do assunto”.
“Está tudo encaminhado”, frisou.
Questionado sobre a recuperação de bens danificados pela enxurrada, o presidente do Governo Regional indicou que “podem as populações contar com a máxima solidariedade e apoio para retomar a normalidade depois desta situação”.
Alertando para o “impacto real das alterações climáticas” no arquipélago, um “território difícil” e vulnerável às mesmas, Bolieiro disse querer “implementar o mais rápido possível” o Plano de Gestão para os Riscos de Inundações preparado pelo executivo.
O governante indicou também terem sido “resolvidas com prontidão e eficácia” a “maior parte das ocorrências” relacionadas com o mau tempo, nomeadamente na ilha de São Miguel, onde se localizaram a maioria dos incidentes (76, num total de 87 em todo o arquipélago, durante a madrugada e manhã de hoje, segundo a Proteção Civil regional).
Saudando os serviços pela resposta célere, Bolieiro indicou a resolução da maioria dos cortes de vias.
Fonte do executivo disse à Lusa que permanece interditada uma via na ilha de São Miguel: a E. E. 1-1ª, entre o acesso à Gaiteira e a lagoa das Furnas, no concelho da Povoação.
Por outro lado, o chefe do executivo manifestou a preocupação do Governo Regional em “avaliar as causas deste incidente” na freguesia das Feteiras.
Boleiro esclareceu que os serviços estão a “percorrer todas as vias e ribeiras para conter o mais possível” futuras situações, “porque mau tempo vai continuar”.
“Meios não faltarão e toda a dedicação de todos os serviços”, garantiu, referindo que as equipas vão continuar “no terreno intensamente a trabalhar”.
Além disso, acrescentou, tanto quanto à “recuperação dos prejuízo públicos e nas propriedades privadas, a população pode contar com a colaboração pronta do governo”.
A Proteção Civil de Ponta Delgada estima vários dias para a limpeza dos estragos provocados pelo mau tempo nas Feteiras, disse fonte municipal.
“A Proteção Civil está ainda a avaliar os estragos e esperam-se também os serviços sociais para uma avaliação. Nas 13 casas afetadas, há sete que ficaram com o rés-do-chão cheio de água e inertes e cinco que, estando mesmo em frente à linha de água, sofreram um impacto maior da descarga”, explicou à Lusa Pedro Azevedo, coordenador da Proteção Civil Municipal de Ponta Delgada.
Em declarações no local, o responsável esclareceu ainda que há “móveis e eletrodomésticos danificados”, o que torna difícil fazer já uma previsão sobre se e quando é possível o regresso a casa dos 15 moradores das 13 habitações afetadas, que passaram a noite junto de familiares.
Quanto às 15 viaturas que estavam estacionadas na rua, “algumas deslocaram-se por 100 metros, arrastando ou passando por cima de outras” e deixando pelo menos “três soterradas até ao tejadilho”, descreveu o coordenador.
Os automóveis acabaram por parar no Largo da Fonte, “junto à sede dos escuteiros e à escola”, também afetados pelas lamas que se foram juntando no percurso percorrido pela água da ribeira que transbordou.
NO caso das habitações, o coordenador esclareceu estar a referir-se a inundações quase até ao teto, mas não de água limpa: “Estamos a falar de pedras, lama, terra, madeira, etc.”.
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