“Há bastante sintonia. Estou convencido de que vai ser possível chegar a acordo”, afirmou o vice-presidente do PSD Castro Almeida, após o primeiro encontro com o ministro do Planeamento e Infraestruturas, em Lisboa, sobre o próximo programa 2030.
Pedro Marques afirmou também ser possível um acordo com o PSD, que gostaria que fosse alargado aos restantes partidos com assento parlamentar, nomeadamente PCP, BE e PEV, com quem o PS tem um acordo parlamentar.
Da parte do PSD, há a promessa de estar "de braço dado" com o Governo neste dossier, em Bruxelas, em defesa "do interesse nacional" e Castro Almeida admitiu mesmo ser possível que Portugal se bata "pela manutenção do nível de fundos".
Da parte do Governo também há otimismo e o ministro Pedro Marques dá o braço ao PSD e só não dá mais porque não os tem, a pensar nos parceiros à esquerda.
"Se tivesse que dar o braço ao PSD faltavam-me os braços dar aos nossos parceiros de coligação. Só tenho dois braços", disse, a sorrir, lembrando a importância de ter o apoio à esquerda nesta estratégia europeia.
"Nunca desvalorizaremos os nossos parceiros", realçou, insistindo nos bons resultados económicos do atual executivo do PS, com o apoio do PCP, BE e PEV.
Se Castro Almeida considerou ser possível um entendimento na preparação do argumentário português para Bruxelas, o que pode correr menos bem é a segunda fase: a definição das áreas prioritárias para aplicação dos fundos no período até 2030.
"A primeira meta que temos é que Portugal tenha um bom volume de fundos estruturais no próximo ciclo financeiro", afirmou.
Para o ministro Pedro Marques, a reunião de hoje "decorreu em bom tom, definindo como "prioritário e urgente reforçar a posição portuguesa quanto ao futuro quadro financeiro plurianual".
O governante recordou que este tom já decorria do encontro, o primeiro, entre o primeiro-ministro, António Costa, e o novo líder do PSD, Rui Rio, na semana passada, em que foram decididas conversações em duas áreas - fundos comunitários e descentralização.
Esta primeira reunião foi a dois, entre Pedro Marques e Castro Almeida, mas a próxima, dentro de duas semanas, deverá ser alargada, tanto da parte do executivo como do PSD, já com documentos concretos para discutirem.
Os sociais-democratas admitem que, numa futura reunião, participe o eurodeputado José Manuel Fernandes.
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