“Nós propusemos alargar as medidas que a região de Madrid decidiu aplicar em certas zonas […] a toda a cidade de Madrid”, com uma população de mais de três milhões de pessoas, “e a certas cidades suburbanas” onde o vírus circula muito”, disse hoje o ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa.

Em Espanha, as autoridades regionais têm competência exclusiva em matéria de saúde e o Governo central não tem o poder de lhes impor as suas decisões em matéria de saúde.

O Governo regional de Madrid decidiu hoje alargar a mais 167.381 pessoas (oito zonas sanitárias) as medidas que atualmente já restringem a mobilidade de mais de 850.000 habitantes para impedir a propagação da pandemia de covid-19.

A partir de segunda-feira, as atuais 37 zonas sanitárias na área metropolitana de Madrid passam a ser 45, com mais de um milhão de habitantes, com restrições à mobilidade dos cidadãos: não é permitida a entrada ou saída, exceto para ter acesso a bens essenciais ou ir trabalhar, a lotação nos espaços fechados é reduzida para 50% e os estabelecimentos comerciais e hoteleiros devem fechar às 22:00.

O critério principal para implementar as medidas restritivas da mobilidade tem a ver com a existência de mais de 1.000 novos casos de covid-19 por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.

A Comunidade de Madrid, com 6,6 milhões de habitantes, é a mais atingida pela pandemia de covid-19 em Espanha, que tem cerca de 47 milhões de habitantes.

A região é a que regista mais casos positivos de covid-19 desde o início da pandemia, 210.768 num total nacional de 704.209, e também mais mortes, 9.190 em 31.118 (números de quinta-feira).

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 978 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.931 em Portugal.

Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (41.902 mortos, mais de 416 mil casos), seguindo-se Itália (35.781 mortos, mais de 304 mil casos), França (31.511 mortos, mais de 497 mil casos) e Espanha (31.118 mortos, mais de 704 mil casos).