“A SNCF deve encontrar nas próximas horas uma solução para sair deste conflito”, exigiu o ministro das Finanças e da Economia, Bruno Le Maire, em entrevista hoje à rádio Sud Radio.
Milhares de pessoas em França estão impedidas de passar o Natal com as famílias devido à greve dos controladores ferroviários que faz com que apenas três em cinco comboios de alta velocidade circulem de Norte a Sul do país, sendo este o meio de transporte mais comum para deslocações dentro do território gaulês.
Estima-se que só no Natal, entre dia 23 e 25 de dezembro, haja mais de 800 mil passageiros nas gares francesas e com o cancelamento de vários comboios, muitas pessoas ficaram sem alternativas para viajar, já que os comboios em outros horários estão completamente esgotados e o preço aumentou vertiginosamente, impedindo estudantes e pessoas com menos capacidade financeira de remarcar as viagens anuladas devido à greve.
Este é um movimento grevista que não é apoiado pelos sindicatos, mas sim organizado por um coletivo nacional de controladores ferroviários, constituído maioritariamente através das redes sociais. Estes controladores querem ver a sua profissão mais reconhecida e pedem uma revalorização dos seus salários.
Segundo Jean-Pierre Farandou, diretor-geral da SNCF, este é um movimento incompreensível já que no início deste mês, a empresa e os trabalhadores chegaram a um acordo de revalorização dos salários em média de 6%.
O porta-voz do Governo, Olivier Veran, veio pedir hoje aos trabalhadores da SNCF que “renunciem à greve” no Natal e também no Ano Novo e que oiçam “o pedido legítimo dos franceses para poderem estar com as suas famílias nas melhores condições”, garantindo que o Governo está completamente mobilizado para resolver este problema.
Já o autarca de Nice, Christian Estrosi, pede ao Governo que proceda a uma requisição de pessoal da SNCF, algo que colide com o direito de greve dos trabalhadores e que pode prejudicar ainda mais o clima social em França.
De forma a ressarcir os passageiros, numa greve que a empresa assegura que vai custar milhões de euros, quem tinha comboios previstos e que foram anulados vai ser indemnizado a 200%, não havendo para já alternativas para realizar as viagens.
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