"Foi com profunda consternação que o ministro da Defesa Nacional recebeu ao final da noite de ontem notícia do sucedido pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte. O ministro da Defesa Nacional teve já esta manhã a possibilidade de falar com a família e transmitir-lhe a sua solidariedade pessoal e do Governo neste momento de dor e sofrimento", diz nota enviada à imprensa pelo ministério da Defesa, tutelado por Azeredo Lopes.

Um militar morreu no domingo à noite devido a um “golpe de calor” depois de um treino do curso de Comandos.

"Os familiares e os camaradas" do militar falecido, nota o Governo, "estão a receber apoio psicológico disponibilizado pelo Exército", e "foram também tomadas todas as diligências necessárias para se apurar as circunstâncias e causas desta morte trágica".

"Neste dia de luto para o Exército e para as Forças Armadas, o ministro da Defesa Nacional e o Governo endereçam à família do militar falecido as suas mais sinceras e sentidas condolências", diz o executivo, através do ministério da Defesa.

O Exército esclareceu já que apesar da morte de um militar e de um outro ter ficado ferido no domingo, os treinos vão continuar, embora adaptados ao tempo quente que está previsto para hoje.

Numa resposta enviada à agência Lusa, as relações públicas do Exército avançaram que os incidentes ocorreram ambos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, embora em locais diferentes, sendo que o incidente do militar que veio a falecer ocorreu pelas 15:40 e o do ferido cerca de uma hora mais tarde.

De acordo com a mesma fonte, os treinos de domingo “não foram suspensos, foram adaptados”, o mesmo sucedendo para hoje, com a previsão de realização de mais treinos, igualmente adaptados às condições atmosféricas.

De acordo com uma primeira nota do Exército português, o militar falecido, que frequentava o 127.º curso de Comandos, sentiu-se “indisposto durante uma prova de tiro (tiro reativo)” tendo sido de imediato assistido pelo médico que acompanhava a instrução, que lhe diagnosticou “um golpe de calor”.

Esse facto determinou a saída do militar da instrução e a sua transferência para a enfermaria de campanha, onde terá ficado em observação, segundo a mesma nota.

Como após o jantar a situação clínica do militar piorou, o médico optou pela sua retirada para um hospital, mas acabou por morrer após uma paragem cardiorrespiratória antes de chegar a ser transferido.

Segundo o Exército, houve ainda um outro militar que se sentiu indisposto na instrução técnica de combate (progressão no terreno), ao qual também foi diagnosticado com “golpe de calor” e retirado, numa primeira fase para a enfermaria de campanha, e mais tarde, cerca das 23:40 para o hospital do Barreiro.

O chefe do Estado-Maior do Exército ordenou já um inquérito para apurar as causas em que o “trágico acontecimento ocorreu”, pode ler-se ainda na nota, que adianta também que a Polícia Judiciária militar já se encontra a tomar conta da ocorrência.