“Foi com grande pesar que o Governo de Portugal tomou conhecimento do falecimento de Saeb Erekat, secretário-geral do Comité executivo da Organização para a Libertação da Palestina. Apresentamos as mais sentidas condolências à sua família, à Organização para a Libertação da Palestina e ao Povo palestiniano”, indica um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros.

O texto sublinha que Erekat trabalhou “afincadamente” ao longo de décadas na defesa das “legítimas aspirações” do povo palestiniano, e sublinha o seu desempenho para fazer avançar o processo de paz no Médio Oriente, em particular no contexto dos Acordos de Oslo, assinados em 1993 entre o antigo líder palestino Yasser Arafat e o então primeiro-ministro israelita, Yitzhak Rabin, sob a égide dos EUA.

“A sua coragem, persistência e determinação para encontrar uma solução negociada deve ser motivo de esperança e inspiração para todos continuarmos a trabalhar no sentido de se alcançar uma solução justa e pacífica de dois Estados”, conclui a nota do ministério.

Saeb Erekat morreu hoje, aos 65 anos, devido à covid-19, informou ao início da manhã a presidência palestiniana citada pela agência noticiosa AFP.

"Saeb Erekat morreu no Hospital Hadassah Eib Kerem”, em Jerusalém, onde foi internado em 18 de outubro”, disse a fonte.

O político, uma das personalidades palestinianas mais conhecidas, sofria de fibrose pulmonar e foi submetido a um transplante de pulmão em 2017 nos Estados Unidos.

Em 19 de outubro, a OLP informou que Saeb Erekat estava em “estado crítico”.

A organização anunciou em 09 de outubro que Erekat, que vivia na cidade de Jericó, na Cisjordânia ocupada por Israel, tinha sido infetado pelo novo coronavírus.

Próximo do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, como o foi de Yasser Arafat, o líder anterior, participou como principal negociador nas negociações de paz com Israel.

Erekat esteve envolvido em quase todas as rondas de negociações de paz entre Israel e os palestinianos desde a histórica conferência de Madrid em 1991, quando apareceu vestido com um ‘keffiyeh’ (espécie de lenço) xadrez preto e branco, símbolo do nacionalismo palestiniano.

Nas décadas seguintes, Erekat foi uma presença constante nos ‘media’ ocidentais, defendendo incansavelmente uma solução negociada de dois Estados para o conflito de décadas, defendeu ainda a liderança palestiniana e culpou Israel pelo fracasso em chegar a um acordo.

A Palestina tem mais 58 mil casos de infeção pelo novo coronavírus, mais de 50 mil recuperados e mais de 520 mortes devido à covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.