Esta referência ao Conselho de Ministros de quinta-feira, em que será anunciado o conjunto de atividades que poderão reabrir a partir de segunda-feira, no quadro da terceira de quatro etapas do plano do Governo de desconfinamento, foi feita por Eduardo Cabrita momentos antes de o parlamento aprovar por ampla maioria a renovação do estado de emergência por novo período de 15 dias.
Segundo Eduardo Cabrita, na quinta-feira, "com base em toda a informação científica disponível até ao último momento, o Governo não deixará de adotar um justo equilíbrio entre a vontade e necessidade de desconfinamento e a absoluta determinação de medidas restritivas ou de eventual pausa e suspensão no processo de reabertura onde tal seja necessário".
"O caminho do que fazemos hoje é um passo mais. São 15 dias decisivos que estão nas mãos de todos os portugueses", advertiu o membro do Governo, num discurso em que considerou haver "uma vontade genuína de todos para que este seja o último estado de emergência em Portugal".
Na sua intervenção, o ministro da Administração Interna referiu que o país está perante o 15º decreto presidencial de estado de emergência - um regime que vigora desde meados de novembro.
"Temos assistido a medidas mais restritivas dos direitos fundamentais desde meados de janeiro. O que vi hoje aqui manifestado por várias bancadas, por aqueles que têm contribuído para a existência de um largo consenso nacional em torno da adoção do estado de emergência, é que há um desejo genuíno que esta possa ser a última declaração", disse.
De acordo com o ministro da Administração Interna, como resultado das medidas mais críticas de combate à covid-19 adotadas em janeiro e fevereiro, Portugal está agora em melhores condições no plano sanitário.
"Houve uma generalizada adesão da população às medidas, que se traduz em Portugal na dimensão quase anedótica dos movimentos negacionistas. As forças de segurança têm tido uma intervenção firme na fiscalização, mas, fundamentalmente, marcada por uma dimensão de sensibilização na sua ação. Ao contrário de outros países, a aplicação de medidas restritivas em Portugal traduziu-se num quadro de profunda estabilidade social, com uma redução dos indicadores de criminalidade violenta e de criminalidade geral", sustentou.
Eduardo Cabrita respondeu também a críticas antes feitas por deputados de várias bancadas sobre o nível de testagem da covid-19 no país, negando ser verdadeira a ideia de que Portugal se encontre nos últimos lugares.
"Portugal tem mais de 9,5 milhões de testes feitos e regista um índice de testes por milhão de habitantes - só para citar países próximos, sem dar exemplos exóticos - superior a Espanha, Alemanha, Holanda ou Suíça", defendeu o membro do executivo.
No seu discurso, o ministro da Administração Interna falou também no processo de vacinação, repetindo o anúncio de que até ao final desta semana todos os bombeiros estarão vacinados contra a covid-19 "com prioridade no quadro da resiliência de Estado".
"Assim como os elementos das forças de segurança estão já maioritariamente vacinados", acrescentou.
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