Atualmente existem cerca de 20 hospitais com esta resposta, que permite aos doentes que estariam internados recuperar em casa de uma doença aguda, recebendo cuidados hospitalares.
Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 40 anos do SNS, que hoje se assinalam, Marta Temido avançou que o objetivo é que todos os hospitais do sistema, perto de meia centena, tenham “a hospitalização domiciliária como resposta na sua carteira de serviços”.
Segundo a ministra, há hospitais de “grande dimensão”, como o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que ainda não têm este projeto, que teve como hospital pioneiro o Garcia de Orta, em Almada.
Marta Temido explicou que no caso dos hospitais psiquiátricos e de reabilitação “o modelo poderá ter necessidade de adaptação”.
Será também estudado o alargamento do número de camas no domicílio em “função das necessidades dos doentes”. “É algo que temos que ir gerindo”, disse Marta Temido, que assumiu a pasta da Saúde há quase um ano, substituindo no cargo Adalberto Campos Fernandes.
Sobre a aceitação desta medida por parte dos doentes, a ministra afirmou que tem sido de “enorme satisfação”.
“Aquilo que temos ainda de uma forma empírica, e não resultado de um período de avaliação medido em inquéritos de satisfação, são reportes individuais que revelam uma enorme satisfação”, sublinhou.
Por outro lado, os profissionais também mostram “uma grande apetência” por entrarem nestes projetos, que são de “alguma forma um estímulo” ao seu trabalho.
“Temos falado muito da necessidade de oferecer estímulos aos profissionais de saúde (…) e estas novas formas de trabalhar são também um estímulo, um desafio à maneira como se relacionam com a profissão, com as equipas e com os próprios doentes”, vincou.
Este modelo, adiantou a ministra, veio romper com o paradigma instituído há 40 anos, que assentava na criação de mais camas nos hospitais.
“As expectativas das pessoas mudaram, os cidadãos tornaram-se mais informados, mais exigentes e naturalmente que isso traz uma pressão para a própria capacidade de resposta e para a forma como temos que responder em termos de tempo, de qualidade que é muito distinta da que existia há 40 anos”, salientou.
Por isso, as respostas são hoje de outro tipo: “Nós queremos manter as pessoas nas suas casas e queremos que o hospital saia de portas para ir a casa das pessoas”, apontou.
A hospitalização domiciliária é exemplo disso. “É como se em poucos meses tivéssemos construído um pequeno hospital com cerca de 100 camas que hoje estão espalhadas na casa de muitos portugueses”, salientou.
Este modelo permite reduzir complicações e infeções hospitalares, além de permitir gerir melhor as camas disponíveis para o tratamento de doentes agudos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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