“Os polícias, ao contrário de outras profissões, não podem recusar a colocação neste comando. Os polícias, ao contrário de outras profissões, não têm subsídio de residência integrada na sua estrutura remuneratória”, afirmou Eduardo Cabrita, no âmbito da cerimónia comemorativa do 152.º aniversário do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP), que decorreu no concelho da Amadora, distrito de Lisboa.
Indicando que é preciso considerar “as dinâmicas sociais, as dinâmicas do mercado de habitação, que se colocam hoje de forma particularmente gravosa na Área Metropolitana de Lisboa e, sobretudo, na própria cidade de Lisboa”, o ministro disse que vai trabalhar “ativamente” para garantir a primeira residência dos polícias que são colocados em início de carreira no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
A resposta vai ser assegurada “com o recurso de meios próprios do Orçamento do Estado, de dotação dos serviços sociais e, também, cooperação com alguns municípios que manifestaram já disponibilidade num trabalho ativo nesta matéria”, avançou o titular da pasta da Administração Interna.
Falando na cerimónia comemorativa, o superintendente-chefe do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Jorge Maurício, alertou que este ano existem menos 1.255 policias a exercer funções nesta unidade comparativamente a 2011, indicando que este número de operacionais “daria para cerca de 110 carros patrulha na rua por dia”.
A escassez de recursos humanos torna a missão dos polícias “cada vez mais difícil”, assim como a manutenção dos resultados que apontam para “uma descida sustentada da criminalidade”, afirmou Jorge Maurício, sublinhando que a primeira preocupação da instituição é ser “a polícia para os cidadãos”.
Confrontado com a falta de operacionais, o ministro da Administração Interna lembrou que o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, por ser o maior comando do país, “no último curso, foi beneficiário do maior número de jovens polícias”.
“Mais de 50% dos que concluíram a última formação foram destinados, exclusivamente, ao Comando Metropolitano de Lisboa e isso, provavelmente, acontecerá dentro de poucos meses quando novos 600 polícias concluírem a sua formação”, adiantou Eduardo Cabrita.
Celebrando os 152 anos desta estrutura policial, o governante deixou uma palavra de “reconhecimento e homenagem para os cerca de 7.500 homens e mulheres que defendem a segurança dos portugueses no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP”.
“Esta é a maior unidade da PSP, garantindo a segurança de mais de 2 milhões de portugueses numa zona marcada pela inovada densidade populacional, pela uma crescente pressão turística, por uma dimensão de multiculturalidade e por uma singularidade de concentração de eventos, com uma grande presença de populações de características e de origens muito diversificadas”, referiu o titular da pasta da Administração Interna, considerando que a afirmação de Portugal como um dos países mais seguros do mundo significa, fundamentalmente, o reconhecimento do papel muito específico do Comando Metropolitano de Lisboa.
Nos relatórios anuais de segurança interna, Portugal tem verificado, sucessivamente, ao longo da última década, “uma redução sustentada quer da criminalidade geral quer da criminalidade violenta e grave”, revelou Eduardo Cabrita, afirmando que o Comando Metropolitano de Lisboa é uma parte decisiva destes resultados, nomeadamente a área de divisão da Amadora que “tem contribuído para esta perceção de um país seguro”.
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