O Governo Regional da Madeira ativou hoje, às 17h42, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, de forma a serem enviados dois aviões Canadair para ajudar a combater as chamas no incêndio que deflagrou há oito dias na Madeira.
Até agora, de acordo com a Proteção Civil, o que estava a impedir este pedido era o facto de não estarem garantidas as condições de reabastecimento dos aviões.
Em conferência de imprensa, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque confirmou que os meios serão apenas utilizados na Cordilheira Central, uma vez que disparam cerca de 6.000 litros de água (doce do Porto Santo) por descarga.
“Este é um meio que não pode ser utilizado em zonas urbanas, nem perto de habitações, porque uma descarga deste meio aéreo tem um impacto de seis toneladas. Por outro lado, são meios que estão condicionados a determinadas condições climatéricas. Tem de atuar com visibilidade, não pode haver ventos fortes”, explicou.
A chegada dos aviões está programada para as 11h e 13h de amanhã, contando que comecem a operar durante a tarde.
Adicionalmente, o presidente confirmou ainda que não há vítimas nem feridos a lamentar até ao momento.
Contudo, dado o desgaste físico e emocional, os meios de combate foram reforçados esta tarde, estando 140 operacionais, 30 veículos e um meio aéreo no local.
Atualmente há ainda duas frentes ativas: uma no Pico das Torres, numa zona de difícil acesso, e outra no Pico Ruivo. A preocupação é impedir que o fogo evolua e desça, novamente, ao Curral das Freiras ou alastre a outras localidades.
No dia de hoje houve ainda espaço para um reacendimento na Lombada, mas uma parte foi extinta e a outra está controlada.
Já na freguesia de Serra de Água iniciou-se a limpezas das estradas, ainda que continuem encerradas.
Esta decisão surge depois de o Governo ter desmentido o envio de dois aviões espanhóis: "Tínhamos de ver, em primeiro lugar, se era viável. Em segundo lugar, era preciso ver se os meios técnicos eram adequados”, explicou Miguel Albuquerque.
“No âmbito do planeamento em curso e uma vez que o fogo atingiu a cordilheira central, foi colocada a hipótese de nos socorrermos de todos os meios ao nosso alcance para minimizar os danos deste incêndios. Concluímos [que era necessária ajuda] depois de uns estudos técnicos muito rápidos”, referiu.
Por fim, disse ainda que falou "(...) também com o senhor primeiro-ministro em funções e foi dada luz verde a esta solução”.
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